quarta-feira, 17 de julho de 2019

PIF: o que é e como identificar essa doença


Observe seu gato. Se ele de repente começa a espirrar, lacrimejar, tem diarréia e alguma dificuldade respiratória, cuidado! Ele pode estar com Peritonite Infecciosa Felina. E o que é pior: essa doença mata!

A PIF é uma doença causada por uma infecção por um coronovírus. Ela ataca as células brancas do sangue, onde o vírus cresce e se transmuta. A PIF provoca então uma inflamação no local. Apenas uma pequena parte dos gatos infectados irá desenvolver a doença, mas é importante destacar que ela é incurável, e altamente transmissível.

Causada pelo coronavírus felino, a Peritonite Infecciosa Felina (conhecida como PIF) é o pesadelo de todos os gateiros. Com relação a doenças, gatos com PIF com certeza é uma das maiores preocupações por ser a principal causa infecciosa de mortes de gatos. Se trata de um processo inflamatório que acontece quando o gato reage inadequadamente ao vírus. 

A doença pode acometer gatos de todas as idades, mas é mais comum em gatos com menos de dois anos, idosos e nos que têm o sistema imunológico debilitado.

Alguns gatos, no entanto, podem contrair o vírus, montar uma resposta imunitária, eliminá-lo e continuar vivendo como se nada tivesse acontecido. Outros, no entanto, podem ter o vírus no corpo por muito tempo antes de apresentar sintomas. 

Propensão


De maneira geral, os filhotes são mais propensos a desenvolver a doença, pois seu sistema imunológico é mais frágil. Mesmo motivo pelo qual gatos mais idosos também podem pegar mais facilmente.

Transmissão

 

A transmissão ocorre geralmente através do coronavírus presente nas fezes de gatos contaminados ou por um local contaminado (como brinquedos ou caixas de areia) e por isso é preciso estar mais atento ainda caso existam outros gatos na casa. 

O vírus é sensível a desinfetantes comuns, então uma boa faxina deve ser realizada caso você se mude para um novo endereço porque o local pode estar contaminado. No entanto, o coronavírus pode permanecer intacto por semanas em um ambiente úmido.

Outra forma de transmissão é a da mãe para os seus filhotes durante a gestação ou através do contato direto e contínuo de secreções orais, como amamentação e banho.

 Por isso, se você tem um gato infectado, as chances de que outros gatos da casa também desenvolvam a doença são grandes.

Às vezes, mudar de casa implica em ir morar numa residência contaminada, por isso, é importante uma boa limpeza antes de introduzir no local seu animal de estimação.

A doença não é transmissível para outros animais ou seres humanos, mas o contágio de felino para felino é muito alto.

E o coronavírus resiste por até 2 meses num ambiente seco. Assim, se você tiver um óbito por PIF na sua casa, aguarde um bom tempo para arrumar outro animal.
 

Sintomas

 

Existem duas formas de PIF, a efusiva (úmida) e a não efusiva (seca), que são determinadas pela resposta imunológica de cada gato e algumas vezes o felino pode desenvolver as duas formas. De maneira geral, eles apresentam febre, perda de peso e diarreia. São sinais da PIF também a insuficiência hepática e renal, desorientação, paralisia, vômitos e infecções oculares. 

PIF efusiva (úmida): nesse caso, ocorre um um processo inflamatório nos vasos sanguíneos e, com essa danificação, ocorre um acúmulo de líquido na região do abdômen e do tórax. Os gatos com essa forma da doença apresentam febre e não respondem ao tratamento com antibióticos. 

PIF não efusiva (seca): caracterizada pela formação de granulomas e necrose em órgãos abdominais e torácicos, do sistema nervoso e dos olhos. Os sintomas iniciais são mais vagos, como falta de apetite e perda de pêlos. Grande parte dos gatos com PIF seca se tornam ictéricos e ficam com a pálpebras e nariz amarelados. Em alguns casos, pode-se observar marcas nos olhos. 

Com a progressão da doença, outros sintomas podem incluir perda de pelo e peso, perda de apetite, problemas digestivos, depressão e febre alta. Isto leva a um fluido excessivo no peito ou no abdômen, o que torna difícil para o gato respirar.

São sinais da PIF, ainda, a insuficiência hepática e renal, certos problemas neurológicos, como desorientação e paralisia, diabetes, vômitos e infecções oculares que podem levar à cegueira.

Claro, cada caso é um caso, e por isso é muito importante que você procure ajuda tão logo suspeite da doença.

Diagnóstico e tratamento de gatos com PIF

 

Históricos e sinais clínicos são a base do diagnóstico do veterinário, auxiliado por exames de laboratório como exames de sangue, ultrassom e testes sorológicos. No entanto, o diagnóstico definitivo só pode ser dado por meio de biópsia ou necropsia. 

A PIF ainda não tem cura, infelizmente. No entanto, existem tratamentos paliativos que podem ajudar a prolongar a vida dos gatos com PIF e deixá-lo o mais confortável possível. A progressão da doença pode ser reduzida com antibióticos, antinflamatórios e quimioterápicos.

Também podem ser realizadas punções para retirar o acúmulo de líquido no tórax e no abdômen. 

Para fechar o diagnóstico o veterinário se baseia na história dos animais e nos sinais clínicos. Os exames de laboratório auxiliam o diagnóstico, como exames de sangue, ultrassom, testes sorológicos e de DNA, mas o diagnóstico definitivo só pode ser feito por biópsia ou necropsia. É importante salientar que testes positivos para o coronavírus não caracterizam obrigatoriamente PIF, pois nem todo animal com este vírus terá a doença. Este fator pode dificultar a conclusão do diagnóstico ou falsamente comprometer gatinhos soropositivos, mas que nunca terão PIF.

Prevenção

 

 A prevenção da PIF pode ser um desafio. Numa casa com um ou mais gatos diagnosticados com o coronavírus não é recomendado a introdução de um novo filhote. Caso haja interesse em adotar um novo gatinho, dê preferência para os adultos e, quando não há mais animal com PIF na casa deve-se esperar um período de dois meses até uma nova adoção (período que o vírus pode sobreviver no ambiente).

Mantenha a caixinha de areia sempre limpa e esvazie-a e limpe por completo pelo menos uma vez por semana, já que a principal forma de transmissão se dá pelas fezes contaminadas.

A vacinação contra PIF não é recomendada, pois não apresenta resultados positivos na prevenção da doença e mesmo assim não está disponível no Brasil.

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