segunda-feira, 15 de julho de 2019

Parvovirose Canina: o que é, sintomas e tratamento

A parvovirose é uma doença infectocontagiosa, bastante comum em cães, causada pelo parvovírus canino (CPV). Trata-se de um vírus de DNA que sobrevive por anos no meio ambiente e resistente à maioria dos desinfetantes. Atualmente, reconhecem-se 4 tipos de CPV como causadores da doença: CPV 2, CPV 2a, CPV 2b e CPV 2c. A infecção é mais comum em cães filhotes não vacinados ou durante a primovacinação; animais adultos tornam-se mais resistentes ao longo da vida. 

O que é Parvovirose Canina ?


Você sabe o que é parvovirose ? A parvovirose é uma doença que se manifesta de duas formas. A primeira delas, mais comum, é um problema gastrointestinal grave causado por um vírus extremamente contagioso e potencialmente mortal quando não recebe o tratamento adequado. A outra forma da doença ataca o coração ao causar uma miocardite aguda e em geral é responsável por morte súbita em filhotes.

O vírus da parvovirose prefere células que se reproduzem rapidamente no corpo, o que quer dizer que, além do intestino, ele ataca também a medula óssea, onde se produzem as células do sangue. É por isso que, além da perda de sangue pelas fezes, a doença causa anemia intensa, deixa o interior das pálpebras e gengiva pálidos (mucosas pálidas) e causa a queda da imunidade o cachorro – afinal, os glóbulos brancos, produzidos na medula óssea e responsáveis pela defesa do organismo, foram lesionadas pelo vírus.

O contágio do parvovírus ocorre através do contato com cachorros, fezes ou vômito infectados. E isso torna fundamental a quarentena e os cuidados com os cachorros doentes, tanto para o seu próprio bem, como para evitar que esses agentes da parvovirose se espalhem.

O contágio da parvovirose canina acontece principalmente entre filhotes e cachorros jovens por terem ainda a saúde e a imunidade baixa ou por não terem recebido ainda todas as vacinas. Cachorros adultos não vacinados também estão mais propensos a serem infectados pelo vírus da parvovirose



A parvovirose canina requer cuidado e atenção, tanto por ser uma doença grave e de progressão rápida, como pelo seu alto risco de contágio e propagação. Fique atento aos sintomas mais comuns da parvovirose:


  • Febre
  • Letargia
  • Vômito
  • Diarreia (em geral com sangue nas fezes e cheiro muito forte)
  • Recusa de comida
  • Hipotermia
  • Taquicardia
  • Desidratação
  • Perda de peso
  • Fraqueza
  • Depressão
  • Mucosas pálidas (interior das pálpebras e gengiva)

A presença de um sintoma de parvovirose já serve de alerta para o tutor encaminhar rapidamente seu cachorro ao veterinário. E ainda que não seja o vírus, são sinais sérios e que podem ser indícios de outro problema.

Raramente cães adultos expostos ao vírus apresentam sintomas. A maioria dos casos da doença são observados em cães com menos de 6 meses de idade, e os casos mais graves geralmente ocorrem em cães com menos de 12 semanas. Pelo fato de terem a imunidade baixa ou ainda por não terem recebido todas as vacinas.

A Parvovirose é uma doença que geralmente se manifesta de duas formas. A primeira delas e mais comum, é a forma conhecida como enterite, um problema gastrointestinal grave causado por um vírus extremamente contagioso e que pode ser fatal quando não recebe o tratamento adequado. A outra forma da doença remete o coração ao provocar uma miocardite aguda podendo causar morte súbita em filhotes.

Causas 

 

A parvovirose canina é causada pelo parvovírus, um vírus muito resistente e capaz de provocar graves complicações gastrointestinais no cachorro. Em lugares internos e temperatura ambiente, o parvovírus pode sobreviver por cerca de dois meses e resistir a produtos de limpeza e desinfetantes. Ao ar livre, pode viver por anos, se estiver protegido da luz solar direta.

Essa resistência potencializa a capacidade de contaminação, que pode acontecer de duas formas. A primeira é através do contato direto com o vírus por meio da boca ou do nariz, ao lamber ou cheirar um animal infectado, suas fezes ou vômito. Como os cães exploram o mundo através do faro, a curiosidade se torna a grande arma para o contágio da parvovirose canina.

A outra forma de transmissão da parvovirose canina é indireta. Ou seja, quando o cachorro tem contato com um local, objeto ou pessoa contaminada. Isso porque o vírus pode estar presente na roupa, nos sapatos e até mesmo na pele humana. Se o tutor pisar em uma área infectada pode carregar o vírus para dentro de casa e infectar o seu filhote.

Como diagnosticar


Existem diversos testes disponíveis para auxiliar no diagnóstico e assegurar um tratamento rápido e eficaz, conforme a fase da doença:

Hemograma: o parvovírus tem tropismo por células que se multiplicam rápido, como as células das criptas intestinais e as precursoras da medula óssea. Sendo assim, as populações de elementos do sangue com tempo de vida mais curto, como os neutrófilos, são as mais afetadas. A neutropenia é um achado importante da parvovirose, contribuindo para a progressão sistêmica de infecções bacterianas resultantes de translocação pela mucosa intestinal ulcerada. A linfopenia, que acompanha infecções virais em geral, pode ser vista. Deve-se ter em mente que o hemograma registra um panorama momentâneo do quadro clínico do animal. Sendo assim, recomenda-se repetir o exame 24 a 48 horas após a admissão ao hospital caso não haja alterações iniciais ou, ainda, para monitorar as contagens leucocitárias durante o tratamento.

Testes rápidos: Testes de Elisa ou imunocromatográficos costumam apresentar elevadas especificidades para o diagnóstico da parvovirose, em geral superiores a 90%. Porém, a sensibilidade pode ser não ideal em vista de variações na excreção e efeito de diluição dos vírus no conteúdo diarreico ao longo do tempo. Resultados falso-positivos ou falso-negativos podem ser observados, por diversos motivos. Por isso, em animais com suspeita clínica e um teste negativo, recomenda-se repetir o exame entre 24 e 48 horas.

Sorodiagnóstico: a detecção de anticorpos dos tipos IgM ou IgG pode ser útil como apoio à confirmação da doença. Títulos elevados de IgM são esperados após infecção natural ou vacinação recente (em especial a primovacinação). Desta forma, títulos altos de IgM em um animal sem histórico de vacinação e com quadro clínico compatível são diagnósticos. Com o tempo, ocorre uma mudança no perfil de produção de anticorpos, no qual predominam os anticorpos do tipo IgG. É importante a repetição do exame em 2 a 4 semanas para verificar se houve soroconversão nos casos duvidosos.

Pesquisa de vírus por microscopia eletrônica: tal teste pode sofrer os mesmos efeitos de variação de excreção viral e diluição de amostra que os testes de antígeno. A morfologia viral assegura a especificidade da prova, que está disponível apenas em instituições de pesquisa. Uma vantagem do método é que outros vírus podem ser identificados na amostra sob análise.

Reação em cadeia da polimerase (PCR): com a utilização de amostras de fezes, apresenta sensibilidade mais elevada que os testes para pesquisa de antígeno, podendo gerar resultados positivos em média por 46 dias após a infecção (com pico de detecção de 10 dias). A PCR em tempo real (RT-PCR) poderia distinguir, pela quantidade de DNA amplificada, infecção por vírus selvagens ou multiplicação de vírus vacinais. Embora raro, animais sem sintomas de doença podem ter amplificação de DNA viral, fato que deve ser levado em conta na interpretação dos resultados.

Hemaglutinação: esse teste utiliza-se da propriedade de os parvovírus aglutinarem hemácias in vitro. Resumidamente, mistura-se uma porção de fezes de um animal suspeito com hemácias de suínos em microplacas para avaliar a aglutinação. Porém, a hemaglutinação carece de estudos quanto à sensibilidade e especificidade diagnósticas em infecções naturais.

Tratamento e Prevenção


A parvovirose canina é uma doença grave e potencialmente fatal. Portanto, se o seu cachorro apresentar sintomas do parvovírus, leve-lo ao veterinário imediatamente. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais chances de sucesso do tratamento para parvovirose.

Caso o cão seja diagnosticado com a doença, a primeira coisa a se fazer é isolá-lo de outros animais para evitar o contágio. A indicação de internar o animal em um hospital ou clínica veterinária durante o tratamento, é para garantir o isolamento e evitar a propagação do vírus, além de dar o melhor suporte para a cura ser a mais breve possível

Normalmente o cão com Parvovirose fica muito desidratado e precisa ser internado para receber cuidados especiais, como receber fluidos e eletrólitos para repor os líquidos perdidos na desidratação. Além disso, o cão precisará tomar antibióticos e alguns remédios para evitar o vômito e não agravar o quadro.

Durante o tratamento, o animal perde o apetite e não se alimenta direito. Por isso a alimentação precisa de cuidados, e geralmente são usadas rações medicamentosas e especiais, pois possuem uma absorção mais eficaz, ideal para cães doentes.

Os sintomas que o cachorro apresenta em muitos casos permitem o diagnóstico clínico, ou seja, com os exames realizados em consultório pelo veterinário. Também se pode recorrer aos testes rápidos, em que uma amostra do sangue é colhida e rapidamente é possível identificar se há a presença do vírus. Além de acessíveis, esses exames confirmam o diagnóstico, pois os sintomas da parvovirose são comuns a outras patologias (como a cinomose).

O veterinário vai examinar o seu cachorro e provavelmente recomendar a hospitalização do animal em ala de isolamento, onde será monitorado e vai receber todos os cuidados e suporte necessários. Como a parvovirose canina reduz os glóbulos brancos do cachorro, o organismo diminui consideravelmente a sua capacidade de combater a infecção, além de ficar suscetível a outras doenças. Por isso ocorre o tratamento de suporte, que vai atacar os sintomas, e não o vírus em si.

A Parvovirose canina tem cura, mas o resultado do tratamento vai depender da imunidade do cão e o estágio em que a doença se encontra. Assim como a maioria das doenças, quanto antes for diagnosticada maior é chance de sucesso do tratamento.

Como prevenir a parvovirose canina



A vacinação é a maneira mais segura e eficaz de prevenir a Parvovirose, mas não elimina os riscos totalmente. Infelizmente cães vacinados podem contrair a doença. A vacina contra Parvovirose faz parte de uma vacina polivalente, que inclui a prevenção de outras doenças e existem diferentes fabricantes no mercado. Vacinando seu filhote até os 4 meses ele estará tomando a vacina contra a doença. Lembrando que esta vacina polivalente tem reforço anual por toda a vida do cão. Mas é importante verificar com o médico veterinário sobre um programa de vacinação mais adequado para o seu animal.

Parvovirose tem cura, mas a prevenção é sempre o melhor caminho, ainda mais quando se trata de uma doença grave como a parvovirose. Por isso, pequenos cuidados ajudam a proteger o seu cachorro e evitar problemas graves e fatais. Saiba como prevenir:

– Vacina: as vacinas V8 e V10 previnem, entre outras doenças, a parvovirose, o que reforça ainda mais sua importância. A administração deve continuar ao completar um ano e, depois disso, seguir o calendário anual de vacinas com os reforços.

– Contato: evite que o seu cachorro tenha contato com animais e materiais contaminados e seja exposto ao mesmo ambiente em que vive ou viveu um animal com a doença. Isso é ainda mais sério se o cachorro não estiver vacinado ou parcialmente imunizado: locais onde cães com parvovirose viveram devem ser evitados por 2 anos por aqueles animais sem a vacinação completa. Isso também é válido para casos de cinomose canina.

– Filhotes: antes de concluir a vacinação (pelo menos 21 dias após a 3ª dose da vacina), não é recomendado levar seu filhote a locais abertos, pois isso aumenta o risco de contrair não só a parvovirose, como também outras doenças, como a cinomose.

– Limpeza: limpe o ambiente em que o cachorro vive com água sanitária, um dos poucos produtos que mata o resistente parvovírus, e água quente. Além disso, procure descartar os objetos do cão infectado, mas não sem antes lavá-los com água fervente. Lembre-se que, ao ir para o lixo, o material ainda vai entrar em contato com pessoas e animais e pode transmitir o vírus.
  
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