Alguns tutores não dão muita importância quando o cão está parasitado
por carrapatos porque acreditam que, na pior das hipóteses, o pet pode
ter uma reação alérgica e passar a se coçar. Mas eles estão muito
enganados. Conheça agora a erliquiose canina, uma doença muito séria !
Mais
conhecida como doença do carrapato, é uma das muitas enfermidades
transmitidas por esse tipo de ectoparasita que, a exemplo de pulgas e
pernilongos, se reproduz com mais facilidade nas estações mais quentes
do ano.
Ao levar à destruição das células sanguíneas, a doença tem impacto no
sistema imunológico e na capacidade de cicatrização do organismo do
hospedeiro, o que causa uma série de outras complicações.
Muito conhecida como doença do carrapato, a Erliquiose é uma doença infecciosa transmitida pela mordida do carrapato contaminado pela riquetsia Erlichia sp.
A Erlichia sp. é um microorganismo do grupo das bactérias (riquétsia). Existe várias espécies de Erlichia, sendo a Erlichia canis a que mais comumente afeta os cães.
Erliquiose (tanto em homens quanto em cães) geralmente é transmitida através do carrapato-vermelho-do-cão, porém, pode acontecer a transmissão através da transfusão sanguínea.
Depois que a Erlichia entra no corpo através da mordida do carrapato,
ele afeta as células na corrente sanguínea do cachorro. As células
brancas (preciosas na luta contra infecções), células vermelhas
(necessárias para o transporte de oxigênio no corpo) e as plaquetas
(necessárias para ajudar a formar coágulos sanguíneos) podem ser
afetadas.
É importante salientar que apesar de homens e cachorros poderem
ser afetados, não é conhecida nenhuma transmissão entre o cão e o
humano, o carrapato sempre é o transmissor.
Todas as raças caninas são passíveis de adquirir a bactéria,
porém algumas raças, principalmente o Pastor Alemão, são mais propícias a
desenvolver uma infecção crônica séria.
O que é ?
A doença do carrapato é uma infecção grave causada por hemoparasitas
que atacam o sangue do cachorro e pode levar à morte. O carrapato
raramente contamina gatos e seres humanos, mas não é impossível.
A doença do carrapato se apresenta de duas formas: erliquiose, uma bactéria, e babesiose,
um protozoário. São dois micro-organismos diferentes que atacam células
distintas, mas em geral causam problemas muito similares. É comum que a
infecção seja pelas duas juntas, ou seja, o carrapato vai transmitir
tanto a erliquiose quanto a babesiose para o cachorro.
Em geral, a erliquiose se manifesta e progride lentamente,
tornando-se crônica, isto é, com sintomas claros. A babesiose, por outro
lado, mostra rapidamente a que veio com sintomas semelhantes à
erliquiose. A única maneira de confirmar qual delas atacou o animal é
por exames laboratoriais, como o de sangue.
A doença do carrapato não tem vacina, mas há formas de prevenção. O
problema existe há muito tempo e está ligado aos hábitos de higiene dos
locais onde o cachorro transita.
Quem causa a erliquiose canina ?
A doença é causada por uma bactéria, a Ehrlichia, transmitida pelo Rhipicephalus sanguineus, o famoso carrapato marrom. O carrapato se contamina quando pica um animal parasitado e, ao picar um segundo cão, transmite a doença.
A
bactéria cai na corrente sanguínea e se replica nas células de defesa
(os glóbulos brancos), que estão nos linfonodos, no baço e na medula
óssea, causando a destruição dessas células. Hemácias (glóbulos
vermelhos) e plaquetas também podem ser destruídas.
O resultado é
um cão debilitado, anêmico, podendo ter sangramentos em vários órgãos do
corpo e apresentar doenças secundárias, já que o sistema de defesa está
funcionando mal.
Fases e sintomas da doença
Como todas as doenças que afetam o sistema imunológico, o prognóstico da erliquiose canina
não é igual em todo cachorro. Os sintomas variam de acordo com a
gravidade da infecção, a resposta do organismo, a espécie de Ehrlichia
envolvida no caso e até a presença de outros tipos dessa bactéria ou de
outros microrganismos transmitidos pelo mesmo vetor no organismo do cão.
Fase aguda da erliquiose
Após o animal ser picado pelo parasita
infectado, a doença tem um período de incubação de sete a 21 dias, no
qual a bactéria está se multiplicando, e o organismo do cãozinho está
tentando vencer a doença.
Nesse período, a infecção pode não ser
notada, porque as manifestações clínicas são muito leves e
inespecíficas, como apatia, sangramentos pontuais e perda de apetite
eventual. Nos exames de sangue, no entanto, o número de células de
defesa já tende a cair.
Se o organismo do animal não vencer a
bactéria, os sinais clínicos da doença ficam mais evidentes de uma a
três semanas após a picada.
Eles sugerem a presença de uma infecção, mas seguem inespecíficos. Os principais sintomas da fase aguda da doença são:
- Febre;
- Fraqueza e falta acentuada de apetite;
- Presença de manchas avermelhadas na pele,
- Chances de sangramento na urina e pelas narinas,
- Possibilidade de alterações oculares e neurológicas, como convulsões, conforme os pontos nos quais houver sangramento.
A fase aguda dura de duas a quatro semanas, e há bichinhos que infelizmente não sobrevivem à doença.
A
Erlichia entra nas células brancas do sangue e se reproduzem dentro
delas. Além do sangue, são encontrados nos nódulos linfáticos, baço,
fígado e na medula óssea. Plaquetas, que ajudam na coagulação do sangue,
são frequentemente destruídas. Como resultado da infecção, os nódulos
linfáticos, o fígado e baço são frequentemente aumentados. Anemia,
febre, depressão, letargia, perda de apetite, falta de ar, dor e rigidez
nas articulações, contusões e são muitas vezes vistos. Muitos cães
serão capazes de combater a infecção. Se não, eles entram na fase
subclínica.
Fase subclínica da doença
Com o tratamento da erliquiose, a sintomatologia da fase aguda vai se atenuando após algumas semanas, e o cachorrinho entra na fase subclínica da doença.
Nessa
fase, a bactéria persiste no organismo do animal e os títulos de
anticorpos são altos. Durante anos, pode haver leve alteração nos exames
de sangue, mas as manifestações clínicas deixam de ser evidentes.
Essa
intensa resposta do organismo pode levar a dois desfechos: ou ele
elimina o agente ou os complexos formados pela bactéria e os anticorpos
(chamados de imunocomplexos) passam a se depositar em vários órgãos do
corpo, o que marca a terceira fase da doença.
Na fase subclínica o animal pode aparentar estar normal ou ter apenas
anemia leve. Durante esta fase, a Erlichia vive no interior do baço.
Esta fase pode durar meses ou anos. Em última análise, o cão ou elimina a
Erlichia do corpo ou a infecção pode progredir para a fase crônica.
Fase crônica da enfermidade
O paciente apresenta, de forma
atenuada, os mesmos sinais clínicos na fase aguda, mas, na etapa
crônica, o que mais chama a atenção é a instalação de infecções
secundárias (pela debilidade do sistema de defesa) e o comprometimento
da medula óssea, que leva à imunossupressão, à persistência da anemia e à
queda na contagem de plaquetas.
Além disso, os imunocomplexos
depositados nos órgãos do paciente podem causar problemas renais,
artrites, entre outros problemas graves.
A fase crônica pode ser leve ou grave. A perda de peso, anemia,
perturbações neurológicas, a hemorragia, inflamação do olho, edema
(acumulação de líquido) nas patas traseiras, e febre podem ser vistos.
Os testes de sangue mostram que um ou todos os diferentes tipos de
células no sangue são reduzidas. Um tipo de células, os linfócitos podem
aumentar e ser anormal na aparência. Isto pode por vezes ser confundido
com certos tipos de leucemia. Se um cão se torna cronicamente
infectado, a doença pode voltar, especialmente durante períodos de
estresse. Em alguns casos, a artrite ou uma doença do rim chamada
glomerulonefrite pode desenvolver-se.
Uma diminuição do número de plaquetas (plaquetas ajudam a
coagular o sangue) é a evidência mais comum em todas as fases da doença.
Alterações nos níveis de proteínas no sangue são comuns. A proteína
mais comum, albumina, é reduzida e outro tipo de proteína, denominada
globulina, é aumentada.
Uma vez que um carrapato pode estar infectado com mais de uma
doença (ex.: babesiose), não é de todo incomum ver um cão infectado com
mais de uma dessas doenças ao mesmo tempo, o que geralmente provoca
sintomas mais graves.
Sintomas
Embora a erliquiose e a babesiose sejam parecidas, a questão
principal está, entre outras coisas, na velocidade e nos estágios em que
se manifestam no animal com a doença do carrapato.
A erliquiose ataca o sistema de defesa do cachorro (os glóbulos
brancos). A bactéria induz o corpo do animal a destruir suas células de
defesa, plaquetas (responsáveis pela coagulação do sangue) e impede a
produção de novas células sanguíneas (hemácias), por isso é tão grave.
Ela possui três fases bem acentuadas: aguda, com sintomas comuns a uma
infecção, como febre,
falta de apetite e perda de peso; subclínica, que não apresenta
sintomas e pode durar até mesmo anos após a picada do carrapato; e, por
fim, a fase crônica, com sintomas parecidos com os da fase aguda, mas
mais graves e intensos.
A babesiose, por sua vez, ataca os glóbulos vermelhos, responsáveis
pela circulação de oxigênio no sangue. Apesar disso, alguns sintomas são
parecidos com os da erliquiose – como febre, fraqueza, perda de
apetite, entre outros. Ela pode ser diagnosticada por exames
laboratoriais.
Embora ela tenha uma fase com poucos sintomas, como a erliquiose,
alguns dos rastros evidentes da doença do carrapato no cachorro são
anemia, mucosas (gengiva, olhos e interior dos genitais) amarelas ou
pálidas e insuficiência renal aguda, que causa sinais como pouca ou
nenhuma urina e urina escura. O cachorro também pode apresentar sintomas
de intoxicação, como desorientação e tontura – isso porque seu corpo
não está eliminando as toxinas pelo xixi.
Sintomas de Erliquiose em cães – Doença do Carrapato
A erliquiose canina passa para o ser humano ?
A erliquiose é
sabidamente uma zoonose, mas não há transmissão direta do cão para os
seres humanos. Ela sempre se dá pela picada do carrapato.
Além
disso, as Ehrlichias que mais afetam os humanos não são da mesma espécie
das que mais acometem o cãozinho, embora a infecção seja possível por
qualquer espécie da bactéria em cães e em humanos.
Causas
O nome doença do carrapato já aponta o meio de transmissão: o carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus).
Assim como o parasita pode ser apenas um um meio de transporte, sem ter
nascido com a babesia, ele também pode absorver o protozoário ao picar
um cachorro infectado e então passar aos seus filhotes (se for fêmea),
que então nascem com o micro-organismo. Apesar de ainda não ser
confirmado, acredita-se que o mesmo ciclo acontece com a Ehrlichia.
O carrapato, que está na base da transmissão da doença do carrapato,
agrava ainda mais a situação do cachorro. Isso porque, além de dois
parasitas destruindo as células sanguíneas e impedindo sua produção, o
pequeno aracnídeo ainda suga o sangue do animal, o que diminui ainda
mais a quantidade total de sangue. Ou seja, mesmo que não houvesse a
transmissão da doença do carrapato, a simples presença do parasita nos
cães é preocupante e causa problemas.
Não há como culpar apenas o ciclo da doença do carrapato e a
existência do carrapato marrom como causador e transmissor. O carrapato
se prolifera em lugares úmidos e quentes, além de quase todos os lugares
em que o seu cachorro estiver. Assim, onde houver condições de vida e
esconderijo, o transmissor da doença do carrapato faz morada. É preciso
investir em prevenção.
Diagnóstico de Erliquiose em cães
A erliquiose crônica tem cura! Portanto, informar ao
médico-veterinário que o bichinho foi picado por um carrapato ou se
esteve em locais com chances de isso ter acontecido já é meio caminho
andado para ajudá-lo a chegar mais rapidamente ao diagnóstico da doença.
Com
essas pistas, o profissional poderá solicitar testes sorológicos
capazes de identificar a doença mesmo na fase subclínica que, como
dissemos, tende a ser assintomática.
O diagnóstico é baseado nos resultados laboratoriais e sinais clínicos.
Através de exames bioquímicos e urinálise procura-se alterações precoces em outros órgãos, principalmente nos rins.
Outros exames mais específicos, como sorologia e PCR, também são comuns na busca de um diagnóstico.
O PCR testa a presença do próprio organismo, não anticorpos
contra ele. Infelizmente, não faz distinção entre os organismos vivos e
mortos. Por esta razão, recomenda-se geralmente realizar PCR, juntamente
com um dos testes de anticorpos para fazer um diagnóstico.
Feito o diagnóstico, nosso amiguinho peludo pode ser curado,
independentemente da fase em que ela tenha sido identificada. Mas, como
muitas doenças, quanto antes for realizado o diagnóstico, mais rápido e
eficaz será o tratamento, diminuindo, inclusive, as chances de sequelas.
Tratamento e Prevenção
A doença do carrapato tem cura ? Embora não exista vacina, há sim
cura para a doença do carrapato. Basicamente, quanto mais cedo os
sintomas forem observados e o diagnóstico for dado, maiores as chances
de cura. Por isso é fundamental agir rapidamente e procurar um
veterinário.
A erliquiose afeta os glóbulos brancos, ou seja, os de defesa do
organismo. É por isso que, na terceira fase, a doença do carrapato
parece autoimune: porque o organismo não consegue conter sozinho o
progresso dos sintomas. A babesiose, por outro lado, afeta os glóbulos
vermelhos e as hemácias, e isso se expressa por meio de anemia, apatia,
fraqueza e a já conhecida insuficiência renal.
O que fazer para curar a doença do carrapato em qualquer um desses
quadros ? Procure um veterinário imediatamente ! Somente com exames
laboratoriais (de sangue e testes sorológicos rápidos) o médico do seu
animal vai poder fazer a distinção entre os micro-organismos, verificar a
fase da doença e o tratamento indicado – além, é claro, de descartar
outros problemas de saúde que podem apresentar sintomas similares.
Em todos os casos, de simples ao grave, a chave para resolver o
problema é uma observação criteriosa do tutor quanto aos sintomas da
doença do carrapato e dar início ao tratamento. Isso inclui eliminar o
vetor, ou seja, os carrapatos, do local onde vive o cachorro. É por isso
que o tratamento envolve o animal de estimação e o local onde ele
reside.
Como prevenir a doença do carrapato
A infecção da Erlichia não dá ao seu cão uma imunidade protetora, ou
seja, se o seu cão já foi infectado uma vez, e acontecer dele ser
mordido novamente por um carrapato infectado, ele poderá desenvolver
novamente a doença.
Atualmente não há uma vacina contra erliquiose. A maneira de se
prevenir contra as doenças provenientes do carrapato é um controle
apropriado (ex.: remédios e banhos carrapaticidas) combinado com testes
periódicos.
Limitar o máximo possível a exposição do cachorro ao carrapato é
sempre algo que o dono deve manter em mente. Principalmente no verão e
em áreas de grande risco de infecção, o dono deve manter uma rotina
diária de inspeção.
A melhor maneira de cuidar para que a doença do carrapato não atinja
seu cachorro é eliminando os carrapatos dos locais que ele frequenta.
Não adianta cuidar dos sintomas e conseguir a cura se o ambiente em que o
pet vive estiver repleto desses bichos.
O que pode ser feito para evitar a doença do carrapato, basicamente, é seguir algumas orientações:
- Dê sempre uma boa olhada nos pelos do cachorro – especialmente após ser exposto a outros lugares, como em passeios na rua;
- Limpe o ambiente onde ele vive;
- Procure usar produtos carrapaticidas como sabonetes, xampus, etc., desde que indicados por um veterinário;
- Corte a grama (se houver em seu quintal) e mantenha paredes limpas;
- Se for viajar, confira as condições de onde vai deixar seu cachorro. O mesmo vale se ele for com você.
- Aplique uma pipeta ou utilize coleira contra pulgas e carrapatos no cão, conforme as recomendações do fabricante ou do veterinário.
Eliminar o carrapato do cachorro ou
do ambiente é um desafio mesmo para as pessoas mais cuidadosas. É
importante sempre ficar atento ao corpo e pelo do pet e, sobretudo, a
possíveis sintomas.
Não existe vacina contra a erliquiose. A melhor prevenção é o combate aos carrapatos, com algumas medidas:
- Aposte no uso de produtos que acabem com pulgas e carrapatos, mantendo atenção ao porte do animal e à validade do fármaco;
- Periodicamente, dedetize os ambientes por onde o pet circula com produtos específicos para dar fim às pulgas e aos carrapatos,
- Redobre a atenção no verão ou ao viajar e, de preferência, faça uso de mais de um produto contra ectoparasitas (uma boa opção é associar pipeta e coleira, por exemplo),
- Dê sempre uma olhada na pele do cachorro em busca de pulgas e de carrapatos, sobretudo nas orelhas, entre os dedos e no pescoço.
Cuidados e Tratamento – Doença do Carrapato
Na ausência de cuidados, a erliquiose torna-se crônica e pode
evoluir a morte. O tratamento exige a aplicação de antibióticos durante
várias semanas. A Doxiciclina geralmente é usada e mostrou ser efetiva
no tratamento para a doença. Se a erliquiose causar outras complicações,
estas deverão ser tratadas separadamente, usando outros medicamentos e
terapias para alcançar questões secundárias causadas pela presença da
Erlichia.
Em um animal com forte anemia, uma transfusão de sangue pode ser necessária.
OBS: Os
sintomas da Erliquiose podem ser facilmente confundidos com outras
doenças, por isso é primordial que ao notar algo errado você leve o seu
cão ao veterinário. Somente o veterinário poderá fazer os exames
necessários, diagnosticar o problemas e a partir daí começar o
tratamento adequado.
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