sábado, 6 de julho de 2019

FIV felina: o que você precisa saber sobre a aids em gatos

Ainda pouco falada, a FIV felina é um dos diagnósticos mais temidos pelos tutores ao levar o pet no veterinário. Popularmente conhecida como aids felina, a doença é causada por um vírus da mesma família do HIV e, em seus estágios clínicos, tem sintomas semelhantes ao da imunodeficiência em humanos, embora não seja transmitida para nós.

Por atacar o sistema imunológico, a aids felina pode ser fatal principalmente por conta de suas complicações. A boa notícia é que, se diagnosticada cedo, ela pode ser controlada, garantindo maior longevidade e qualidade de vida ao bichano. Por isso mesmo, é muito importante conhecer como é transmitida e quais são os primeiros sintomas da doença.

Descoberta no fim da década de 80, a FIV  AIDS Felina é uma doença que contamina os gatos e não tem cura, sendo um dos problemas mais sérios entre os que acometem bichanos, e podendo leva-los a morte. O vírus da sigla FIV – batizado desta forma por seu significado em inglês, de Feline Immunodeficiency Virus (Vírus da Imunodeficiência Felina, na tradução) – não é transmissível aos seres humanos, no entanto, destaca as mesmas complicações enfrentadas pelas pessoas portadoras do vírus HIV.


Ainda sem cura, a FIV AIDS Felina pode ser controlada nos gatos por meio de uma série de medicações, permitindo que os bichanos sigam sua vida por bastante tempo sem complicações. Entretanto por ser diagnosticada na maioria das vezes apenas quando sintomas mais graves começam a aparecer, a doença pode significar a morte do pet contaminado, já que o tratamento de controle do vírus é muito mais eficiente nos casos em que o problema é constatado logo no seu início.

Contágio e transmissão da FIV

 

Falar na transmissão da aids entre humanos é lembrar principalmente das relações sexuais, no entanto, isso não é válido para a transmissão do vírus entre os felinos.

De acordo com a veterinária especialista em gatos da Petz, Dra. Camille Oliveira, uma das principais formas de contágio é por meio do contato da saliva de um gato infectado com o sangue de um bichano saudável. “A infecção com FIV felina é mais provável em machos e de vida livre, o que indica a transmissão eficiente por ferimentos causados por mordidas”, diz.

Além disso, ela alerta que o vírus da imunodeficiência felina também pode ser transmitido via transplacentária, pela amamentação, decorrente de transfusões sanguíneas e, menos comumente, pelo coito.

A saliva é a principal forma de transmissão da doença felina e, até hoje, não há indícios concretos de que as relações sexuais entre gatos também sejam um meio de propagação – mas vale lembrar que antes de cruzar seu gatinho é preciso conhecer quem será o seu parceiro e garantir que não seja portador do vírus, pois machucados em diferentes regiões do corpo podem aparecer em função da cópula dos felinos, e este também é um fator de risco a transmissão da doença.


Na maioria dos casos registrados, a AIDS Felina tem mais chances de propagação quando o animal se expõe ao contato com outros gatos que costumam perambular nas ruas e, tendo em vista que brigas entre bichanos são as maiores causadoras da transmissão, uma das formas de prevenção é evitar que seu pet passeie desacompanhado.

De acordo com o que sabe até hoje sobre a AIDS Felina, o vírus FIV é transmitido por meio da saliva dos gatos contaminados em contato com o sangue de bichanos sadios. É justamente por isso que a incidência da doença em felinos que vivem nas ruas ou em locais onde há uma grande aglomeração de animais é maior, já que, nestes locais, o contato entre os bichanos é maior, e isso facilita a transmissão da doença.


Podendo afetar gatos de todas as raças, portes e idades, o problema tem nos gatos machos o seu maior grupo de risco, já que brigas entre bichanos – com mordidas e arranhões – são o principal meio de propagação da AIDS em gatos e, como é sabido, os machos costumam entrar em diversas batalhas por território e por fêmeas, aumentando bastante as suas chances de contágio.


As relações sexuais entre gatos, em teoria, não causam a propagação do vírus. No entanto, como durante esse processo alguns arranhões são frequentes, essa possibilidade não pode ser descartada. A doença também pode ser transmitida no caso de um animal infectado lamber uma ferida de um gato saudável, já que a saliva é a principal fonte de contaminação. 


Transfusões de sangue e o nascimento de filhotes de gatas infectadas também estão entre as formas de transmissão e, acredita-se, ainda, que gatos que dividem tigelas de comida e bebida ou caixas de areia por muito tempo também podem ficar mais expostos à doença, já que esses objetos tendem a acumular restos da saliva dos animais.



Embora haja esta série de motivos que tornem os gatos selvagens e de rua os mais propensos a contrair o problema, os felinos domésticos também podem ser infectados ao se envolverem em brigas, portanto, manter seu pet protegido de confusões com outros gatos é importante para prevenir a doença.


No caso de donos de mais de um pet em que um dos animais foi contaminado, os motivos de preocupação não são tão grandes, já que animais que convivem juntos por muito tempo não costumam brigar. No entanto, os cuidados com a divisão de tigelas e brinquedos devem ser redobrados para impedir a propagação do FIV, e no caso de animais que costumam se arranhar, o bichano infectado deve ser isolado para evitar problemas.

Sintomas da aids felina


O Vírus da Imunodeficiência Felina pode se apresentar de diferentes maneiras e há diferentes estágios da doença. No entanto, assim como no caso dos seres humanos, há gatos que demoram muitos anos até manifestar qualquer tipo de sinal da AIDS Felina, ficando com o sistema imunológico cada vez mais prejudicado e fragilizado durante esse período e, consequentemente, mais secetível a outras doenças.

Gatos com problemas aparentemente simples, mas que não respondem a tratamentos eficazes e desenvolvem a mesma complicação com frequência, devem ser examinados, já que esse é um dos sinais da imunodeficiência felina.

Febre, diarreia, gripes, infecções urinárias, anemia, feridas na boca, na pele e complicações no sistema respiratório estão entre os sintomas mais comuns que aparecem em gatos acometidos pelo vírus FIV, no entanto, o aparecimento de tais sinais varia de animal para animal, e há quatro estágios principais da doença, registrados na maioria dos felinos acometidos por ela.


O primeiro estágio, da fase aguda, se inicia cerca de um mês após a infecção do animal pelo FIV, que passa a ter febre e leucopenia (diminuição dos leucócitos no sangue, que só é detectado por meio de exames laboratoriais). Embora nesta fase muitos felinos não tenham sinal algum da doença, os mais debilitados já podem passar a sofrer com problemas que incluem diarreia e celulite, entre outras enfermidades.
 
Quando o animal sobrevive a este primeiro estágio, inicia-se a fase do portador assintomático, que se caracteriza por um grande período (que dura de meses até anos) em que o gato não apresenta sintoma algum da doença e vive normalmente. Na sequência começa a fase de persistente linfadenopatia generalizada, onde gânglios linfáticos aparecem no animal, que passa a ter alterações no seu comportamento, febre perda de peso e inapetência. Assim como na fase anterior, esta pode durar por um bom período, levando a doença a um estágio mais avançado.

A próxima etapa do problema, batizada de fase do complexo relacionado à AIDS, é onde começam os sintomas crônicos da doença, provocando diferentes e diversos sintomas nos bichanos de uma só vez. Problemas dermatológicos, respiratórios, infecções oculares e otite podem dar sinais neste estágio, que também inclui febres, diarreias e a perda de peso.


Passando por todas estas fases, o animal atinge a síndrome da imunodeficiência adquirida, que é o estágio terminal da doença. Insuficiência renal, linfomas e a criptococose (que afeta pulmões e sistema nervoso central) são comuns neste período, que enfraquece e fragiliza o gato cada vez mais até chegar a morte.

FIV gatos: tratamento e diagnóstico

Exames clínicos e laboratoriais são as maneiras de se diagnosticar a doença nos gatos e, portanto, é imprescindível que um médico veterinário seja consultado caso você suspeite a presença do vírus no seu bichano.


Nos Estados Unidos já há uma vacina que diz prevenir os felinos da doença, no entanto, há muita discussão em torno desta medicação, já que o vírus da AIDS Felina conta com sete subtipos diferentes, e este antídoto não consegue imunizar os gatos contra todos eles.


Nos casos de filhotes de gatas infectados pode haver, em algumas ocasiões, o resultado falso positivo – em função da presença de anticorpos maternos em sua circulação – até os seis meses de vida. O resultado falso negativo também pode ocorrer em situações em que a doença ainda é muito recente ou está em seu estágio final, por isso, é importante que os testes sejam repetidos para evitar enganos, caso seu pet apresente sintomas.


Infelizmente, a cura para a FIV AIDS Felina ainda não existe, e os bichanos acometidos pela doença tem que conviver com o problema para o resto da vida. Entretanto, estima-se que um gato possa viver até dez anos com a doença se contar com a ajuda de medicamentos de controle, que são receitados pelos profissionais da área para aumentar a resistência do animal e impedir a sua infecção por outros vírus oportunistas.


Além de consultas frequentes ao veterinário – a cada seis meses, pelo menos – os gatos infectados pelo vírus da imunodeficiência Felina devem ter uma alimentação balanceada e evitar o contato com ambientes externos onde possam adquirir novas doenças e pulgas, que transmitem diferentes infecções que, em bichanos contaminados pela FIV, podem levar ao óbito.

Prevenção da aids felina

 

Embora existam atualmente diversas pesquisas visando desenvolver uma vacina para a FIV, ela ainda não é uma realidade. Sendo assim, uma das melhores formas de prevenir a doença é a castração, que inibe tanto o comportamento agressivo quanto a tendência dos gatos de escaparem para a rua, onde podem se envolver em brigas com animais contaminados.

Diferente do que acontece com a Felv, gatos com FIV podem conviver com outros gatos, desde que não briguem entre si. Por isso, é fundamental  fazer o teste em todos os bichanos da casa com regularidade a fim de detectar e controlar a doença.

Aliás, com suspeita de FIV felina ou não, nunca deixe de levar o seu amigo para um check-up completo pelo menos uma vez por ano com veterinários de confiança como os das clínicas da Petz. Só assim você garante que qualquer alteração no organismo do pet seja identificada logo em seu estágio inicial.

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