Ainda pouco falada, a FIV felina é um dos diagnósticos mais temidos pelos tutores ao levar
o pet no veterinário. Popularmente conhecida como aids felina, a doença
é causada por um vírus da mesma família do HIV e, em seus estágios
clínicos, tem sintomas semelhantes ao da imunodeficiência em humanos,
embora não seja transmitida para nós.
Por atacar o sistema imunológico, a aids felina
pode ser fatal principalmente por conta de suas complicações. A boa
notícia é que, se diagnosticada cedo, ela pode ser controlada,
garantindo maior longevidade e qualidade de vida ao bichano. Por isso
mesmo, é muito importante conhecer como é transmitida e quais são os
primeiros sintomas da doença.
Descoberta no fim da década de 80, a FIV AIDS Felina é uma doença que contamina os
gatos e não tem cura, sendo um dos problemas mais sérios entre os que acometem
bichanos, e podendo leva-los a morte. O vírus da sigla FIV – batizado desta
forma por seu significado em inglês, de Feline Immunodeficiency Virus (Vírus da
Imunodeficiência Felina, na tradução) – não é transmissível aos seres humanos,
no entanto, destaca as mesmas complicações enfrentadas pelas pessoas portadoras
do vírus HIV.
Ainda sem cura, a FIV AIDS Felina pode ser controlada nos gatos
por meio de uma série de medicações, permitindo que os bichanos sigam sua vida
por bastante tempo sem complicações. Entretanto por ser diagnosticada na maioria
das vezes apenas quando sintomas mais graves começam a aparecer, a doença pode
significar a morte do pet contaminado, já que o tratamento de controle do vírus
é muito mais eficiente nos casos em que o problema é constatado logo no seu
início.
Contágio e transmissão da FIV
Falar na transmissão da aids entre humanos é lembrar principalmente das relações sexuais, no entanto, isso não é válido para a transmissão do vírus entre os felinos.
De
acordo com a veterinária especialista em gatos da Petz, Dra. Camille
Oliveira, uma das principais formas de contágio é por meio do contato da
saliva de um gato infectado com o sangue de um bichano saudável. “A
infecção com FIV felina é mais provável em machos e de vida livre, o que
indica a transmissão eficiente por ferimentos causados por mordidas”,
diz.
Além disso, ela alerta que o vírus da imunodeficiência felina
também pode ser transmitido via transplacentária, pela amamentação,
decorrente de transfusões sanguíneas e, menos comumente, pelo coito.
A saliva é a principal forma de transmissão da doença felina
e, até hoje, não há indícios concretos de que as relações sexuais entre gatos
também sejam um meio de propagação – mas vale lembrar que antes de cruzar seu
gatinho é preciso conhecer quem será o seu parceiro e garantir que não seja portador
do vírus, pois machucados em diferentes regiões do corpo podem aparecer em
função da cópula dos felinos, e este também é um fator de risco a transmissão
da doença.
Na maioria dos casos registrados, a AIDS Felina tem mais
chances de propagação quando o animal se expõe ao contato com outros gatos que
costumam perambular nas ruas e, tendo em vista que brigas entre bichanos são as
maiores causadoras da transmissão, uma das formas de prevenção é evitar que seu
pet passeie desacompanhado.
De acordo com o que sabe até hoje sobre a AIDS Felina, o
vírus FIV é transmitido por meio da saliva dos gatos contaminados em contato com
o sangue de bichanos sadios. É justamente por isso que a incidência da doença em
felinos que vivem nas ruas ou em locais onde há uma grande aglomeração de
animais é maior, já que, nestes locais, o contato entre os bichanos é maior, e
isso facilita a transmissão da doença.
Podendo afetar gatos de todas as raças, portes e idades, o
problema tem nos gatos machos o seu maior grupo de risco, já que brigas entre bichanos
– com mordidas e arranhões – são o principal meio de propagação da AIDS em
gatos e, como é sabido, os machos costumam entrar em diversas batalhas por
território e por fêmeas, aumentando bastante as suas chances de contágio.
As relações sexuais entre gatos, em teoria, não causam a
propagação do vírus. No entanto, como durante esse processo alguns arranhões
são frequentes, essa possibilidade não pode ser descartada. A doença também
pode ser transmitida no caso de um animal infectado lamber uma ferida de um
gato saudável, já que a saliva é a principal fonte de contaminação.
Transfusões de sangue e o nascimento de filhotes de gatas
infectadas também estão entre as formas de transmissão e, acredita-se, ainda,
que gatos que dividem tigelas de comida e bebida ou caixas de areia por muito
tempo também podem ficar mais expostos à doença, já que esses objetos tendem a
acumular restos da saliva dos animais.
Embora haja esta série de motivos que tornem os gatos
selvagens e de rua os mais propensos a contrair o problema, os felinos
domésticos também podem ser infectados ao se envolverem em brigas, portanto,
manter seu pet protegido de confusões com outros gatos é importante para prevenir
a doença.
No caso de donos de mais de um pet em que um dos animais foi
contaminado, os motivos de preocupação não são tão grandes, já que animais que convivem
juntos por muito tempo não costumam brigar. No entanto, os cuidados com a
divisão de tigelas e brinquedos devem ser redobrados para impedir a propagação
do FIV, e no caso de animais que costumam se arranhar, o bichano infectado deve
ser isolado para evitar problemas.
Sintomas da aids felina
O Vírus da Imunodeficiência Felina pode se apresentar de
diferentes maneiras e há diferentes estágios da doença. No entanto, assim como
no caso dos seres humanos, há gatos que demoram muitos anos até manifestar
qualquer tipo de sinal da AIDS Felina, ficando com o sistema imunológico cada
vez mais prejudicado e fragilizado durante esse período e, consequentemente,
mais secetível a outras doenças.
Gatos com problemas aparentemente simples, mas que não
respondem a tratamentos eficazes e desenvolvem a mesma complicação com
frequência, devem ser examinados, já que esse é um dos sinais da
imunodeficiência felina.
Febre, diarreia, gripes, infecções urinárias, anemia,
feridas na boca, na pele e complicações no sistema respiratório estão entre os
sintomas mais comuns que aparecem em gatos acometidos pelo vírus FIV, no entanto,
o aparecimento de tais sinais varia de animal para animal, e há quatro estágios
principais da doença, registrados na maioria dos felinos acometidos por ela.
O primeiro estágio, da fase aguda, se inicia cerca de um mês
após a infecção do animal pelo FIV, que passa a ter febre e leucopenia
(diminuição dos leucócitos no sangue, que só é detectado por meio de exames
laboratoriais). Embora nesta fase muitos felinos não tenham sinal algum da
doença, os mais debilitados já podem passar a sofrer com problemas que incluem diarreia
e celulite, entre outras enfermidades.
Quando o animal sobrevive a este primeiro estágio, inicia-se
a fase do portador assintomático, que se caracteriza por um grande período (que
dura de meses até anos) em que o gato não apresenta sintoma algum da doença e
vive normalmente. Na sequência começa a fase de persistente linfadenopatia
generalizada, onde gânglios linfáticos aparecem no animal, que passa a ter
alterações no seu comportamento, febre perda de peso e inapetência. Assim como
na fase anterior, esta pode durar por um bom período, levando a doença a um
estágio mais avançado.
A próxima etapa do problema, batizada de fase do complexo relacionado
à AIDS, é onde começam os sintomas crônicos da doença, provocando diferentes e
diversos sintomas nos bichanos de uma só vez. Problemas dermatológicos,
respiratórios, infecções oculares e otite podem dar sinais neste estágio, que também
inclui febres, diarreias e a perda de peso.
Passando por todas estas fases, o animal atinge a síndrome
da imunodeficiência adquirida, que é o estágio terminal da doença. Insuficiência
renal, linfomas e a criptococose (que afeta pulmões e sistema nervoso central)
são comuns neste período, que enfraquece e fragiliza o gato cada vez mais até
chegar a morte.
FIV gatos: tratamento e diagnóstico
Exames clínicos e laboratoriais são as maneiras de se diagnosticar
a doença nos gatos e, portanto, é imprescindível que um médico veterinário seja
consultado caso você suspeite a presença do vírus no seu bichano.
Nos Estados Unidos já há uma vacina que diz prevenir os
felinos da doença, no entanto, há muita discussão em torno desta medicação, já
que o vírus da AIDS Felina conta com sete subtipos diferentes, e este antídoto
não consegue imunizar os gatos contra todos eles.
Nos casos de filhotes de gatas infectados pode haver, em
algumas ocasiões, o resultado falso positivo – em função da presença de
anticorpos maternos em sua circulação – até os seis meses de vida. O resultado
falso negativo também pode ocorrer em situações em que a doença ainda é muito
recente ou está em seu estágio final, por isso, é importante que os testes
sejam repetidos para evitar enganos, caso seu pet apresente sintomas.
Infelizmente, a cura para a FIV AIDS Felina ainda não
existe, e os bichanos acometidos pela doença tem que conviver com o problema
para o resto da vida. Entretanto, estima-se que um gato possa viver até dez
anos com a doença se contar com a ajuda de medicamentos de controle, que são
receitados pelos profissionais da área para aumentar a resistência do animal e
impedir a sua infecção por outros vírus oportunistas.
Além de consultas frequentes ao veterinário – a cada seis
meses, pelo menos – os gatos infectados pelo vírus da imunodeficiência Felina
devem ter uma alimentação balanceada e evitar o contato com ambientes externos
onde possam adquirir novas doenças e pulgas, que transmitem diferentes
infecções que, em bichanos contaminados pela FIV, podem levar ao óbito.
Prevenção da aids felina
Embora existam atualmente diversas pesquisas visando desenvolver uma vacina para a FIV, ela ainda não é uma realidade. Sendo assim, uma das melhores formas de prevenir a doença é a castração, que inibe tanto o comportamento agressivo quanto a tendência dos gatos de escaparem para a rua, onde podem se envolver em brigas com animais contaminados.
Diferente do que acontece com a Felv, gatos com FIV podem conviver com outros gatos,
desde que não briguem entre si. Por isso, é fundamental fazer o teste
em todos os bichanos da casa com regularidade a fim de detectar e
controlar a doença.
Aliás,
com suspeita de FIV felina ou não, nunca deixe de levar o seu amigo para
um check-up completo pelo menos uma vez por ano com veterinários de
confiança como os das clínicas da Petz. Só assim você garante que qualquer alteração no organismo do pet seja identificada logo em seu estágio inicial.
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