As calopsitas já são animais de estimação populares e muitas vezes seus donos
desconhecem as principais doenças que podem acometer esses bichinhos.
Esses pássaros são bem sensíveis, portanto necessitam de cuidados
básicos para garantir sua saúde com uma boa alimentação e higiene. Essa não é uma tarefa difícil, mas exige comprometimento de seu dono, que deve manter sua gaiola sempre limpa com água trocada diariamente, além de servir uma ração para suplementação adequada.
As principais doenças que acometem as calopsitas estão relacionadas a
vários fatores, desde os mais simples até os mais complexos. Algumas das
causas: ambiente inadequado, situações de estresse, introdução de um
animal doente, uso de medicações sem indicação por um veterinário,
alimentação inadequada, traumas, etc.
Dentre as principais doenças que uma calopsita pode ter encontram-se a
conjuntivite, muitas vezes causadas por bactérias que levam ao
aparecimento de secreção e avermelhamento do olho, além das diversas
parasitoses, que podem ser externas e/ou internas. As parasitoses
externas são causadas por falta de higiene da gaiola
e seus sintomas são: queda da plumagem, emagrecimento, aparência
anêmica, patas brancas e olhos comprimidos. As internas são causadas por
parasitas transmitidos por fezes contaminadas que se alojam no trato
gastrointestinal do bichinho, causando emagrecimento e mortalidade
elevada, como é o caso da giardíase.
O comportamento da ave deve ser avaliado, e sua aparência também.
Geralmente a ave vai ficar quieta, não fala ou assovia, suas penas
ficarão erriçadas, pode ficar parada no poleiro ou até mesmo no fundo da
gaiola. Pode aparentar uma dificuldade de respirar, ficando com a cauda
balançando, apresentar secreções nas narinas, ficar com a boca aberta,
pode ter diarréia, magreza excessiva e até mesmo ter uma hemorragia
dependendo da situação. Todos esses sinais devem ser vistos pelos
proprietários, e informados para o veterinário assim que possível.
As doenças podem ser transmitidas de várias formas, as mais comuns
são: ingestão de água ou alimentos contaminados; de uma ave doente para
outra sadia pelo ar, fezes e etc; animais que vivem próximos a gaiola da
ave e conseguem ter contato com pombas, ratos, rolinhas, pardais,
insetos e moscas em geral; pelo contato com objetos contaminados:
poleiros, potes, gaiolas, entre outros.
Existem outras doenças que também
acometem as calopsitas, como a clamidiose que é provocada por bactérias
por meio do contato do animal com secreções contaminadas, levando a
sintomas como conjuntivite, desidratação, letargia entre outros. Por sua
vez, a aspergilose é causada por um fungo que ocasiona graves infecções
respiratórias, fezes anormais, regurgitação, perda de apetite, aumento
da sede, definhamento, diarreia, anorexia, secreção nasal, podendo ser
fatal em aves imunodeprimidas. Por fim as infecções respiratórias, muito
comuns em aves que pegam corrente de vento ou ficam em locais muito
frios, normalmente são causadas por bactérias. Nessas aves, é possível
observar espirros frequentes, eliminação de secreção nasal, dificuldade
respiratória e emagrecimento.
Para o
diagnóstico e tratamento adequado de todas essas doenças se faz
necessário levar o animal a um veterinário especializado em aves, pois
dependendo do agente causador e da gravidade do estado clínico da ave é
que se prescrevem as medicações. As doenças causadas por bactérias são tratadas com antibióticos,
as por fungos com antifúngicos, as parasitoses externas com
antiparasitários externos e as internas com vermífugos. Porém, outras
doenças necessitam de cuidados diferentes, como as causadas por
deficiência nutricional, onde uma suplementação alimentar com vitaminas
é realizada, além das doenças respiratórias que necessitam de
nebulização. A maior parte da medicação para as aves é colocada em sua
água, mas de nada adianta realizar o tratamento corretamente se a
higiene do ambiente em que o pássaro vive não é adequada.
Um dos sinais mais característicos de uma ave doente é ela ficar
magra, e consequentemente seu peito fica mais visível, deixando a quilha
(osso do peito) bem proeminente. Popularmente, é chamado de peito seco,
que na verdade não é uma doença e sim uma consequência da doença que
está acometendo a ave. Alguns exemplos de doenças que podem causar o
“peito seco”: verminoses, problemas no bico, infecções crônicas,
estresse etc.
Clamidiose
Também conhecida como Psitacose ou Ornitose, é uma doença causada
pela bactéria Chlamydophila psittaci, que pode acometer as aves,
mamíferos e répteis. É uma zoonose, ou seja, pode acometer o homem, mas
sendo de incidência baixa. A maioria das aves acometidas não demonstram
sintomas, sendo geralmente iniciados por alguma situação de estresse,
manejo inadequado, má alimentação e etc.
A transmissão ocorre geralmente pelo ar, mas se dá pelo ambiente
também. Aves que são portadoras mas não estão doentes podem eliminar
constantemente o microrganismo. Uma ave doente pode apresentar:
depressão, desidratação, falta de apetite, inchaço nos olhos, asas
pendentes, tremores, sinais respiratórios, digestivos e até
neurológicos. Os sinais vão variar conforme o estado imunológico da ave,
o grau de exposição ao agente, forma de transmissão, presença de outras
doenças pré existentes e etc, podendo ocorrer de forma aguda, subaguda
ou crônica.
O diagnóstico é feito pela detecção do agente por exames como o de
DNA, já feito em alguns laboratórios no Brasil. O tratamento geralmente é
feito com uso de antibióticos específicos, com tempo e forma de
administração determinados pelo veterinário, conforme cada caso. O uso
de outras medicações pode ser necessária também dependendo do estado da
ave.
Candidíase
Leveduras e outros tipos de fungos fazem parte da microbiota das aves,
ficando no trato gastro intestinal e na pele normalmente. O principal
agente encontrado nas aves na candidíase é a Candida albicans, que sob
certas condições causa a candidíase no trato gastrointestinal. É muito
comum em filhotes, onde surge como infecção primária, e nos animais
imunossuprimidos como agente oportunista.
Uma das características da infecção é a formação de placas na cavidade oral e trato digestório, cobertas com material caseoso, deixando o animal com dificuldade de deglutição e respiração. Alguns dos sinais são: a dificuldade de respiração, vômito, diarréia, perda de peso, e papo dilatado. Podem surgir outros sintomas conforme o grau de infecção. Na pele podem ser vistas formações de hiperqueratoses, na comissura do bico, na narina, próximo da cloaca, e até nos folículos das penas.
O diagnóstico é feito pelo estado geral da ave, exame clínico veterinário, associado ao exame esfregaço da cavidade oral ou das fezes, cultura e até mesmo histopatológico, todos feito em laboratório. O tratamento geralmente é feito com fungistáticos específicos conforme a necessidade do animal.
Parasitas
As aves podem ser acometidas por vários tipos de parasitas, como os do
sangue (hemoparasitas), na pele e penas (ectoparasitas) e os internos
(endoparasitas).
Os hemoparasitas, são detectados pelo exame de sangue, sendo que as aves podem apresentar sinais como perda de peso, anemia severa e até mesmo a morte do animal. O tratamento é feito com medicações específicas.
Piolhos, pulgas, ácaros e outros insetos podem acometer as aves,
levando o animal a ter perda de peso, anemia, prurido intenso, retardo
no crescimento e ficar predisposta a outras doenças. Estes insetos podem
agir como vetores de outras doenças. Sempre que vistos devem ser
removidos da ave. O tratamento é feito com medicações por via oral,
injetável ou para aplicar na pele, variando conforme o caso. É sempre
importante lembrar que esse tipo de infestação fica no ambiente, e que
este deve ser limpo de forma efetiva.
Os endoparasitas causam processos inflamatórios no trato digestório
das aves, sendo encontrado uma grande variedade de espécies. Os sinais
vão variar conforme a espécie de parasita, quantidade e estado geral da
ave. Os animais imunossuprimidos costumam apresentar diarréia, que pode
ser hemorrágica e até mesmo levar a ave ao óbito. O diagnóstico é feito
pelo exame das fezes O tratamento geralmente é feito com vermífugos, que
variam conforme o tipo de endoparasita encontrado e desinfecção do
ambiente.
Traumatismos
É muito comum, principalmente em aves que vivem soltas pela casa. Os
mais comuns são: fraturas de asas, patas e alguns traumatismos em bico. O
diagnóstico é feito pelo exame físico, os sinais que ave apresenta, e
também pela radiografia da região atingida.
O tratamento vai variar conforme o trauma, sendo as vezes necessárias
a realização de cirurgias, utilização de talas, reconstituição ou
transplante do bico, analgésicos e antibióticos.
Oriento sempre o proprietário a tomar cuidado com indicações de
medicações feitas pela internet, pois o uso indevido pode trazer graves
conseqüências para seu animal. Procure sempre um veterinário
especialista.
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