terça-feira, 9 de julho de 2019

Castração: Tudo sobre o assunto !

Hoje em dia é muito comum ouvirmos opiniões divergentes sobre castração. Muitos não sabem bem quais são as reais consequências dessa decisão. Por isso, foi feito um guia para explicar as mudanças que o procedimento causa, os tipos de cirurgia e como é o pós-operatório.



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O que é castração?

O termo castração se refere ao ato de incapacitar um indivíduo de reproduzir-se sexualmente, através da retirada das gônadas sexuais, que nos casos do macho são os testículos (orquiectomia) e nas fêmeas os ovários. Mas quando é realizada uma contração em fêmeas, geralmente retiram-se não só os ovários, mas também as trompas e útero, técnica que recebe o nome de ováriosalpingohisterectomia (OSH).


Por que é necessário castrar?  

Cães e gatos vivem perto de nós, humanos, e possuem características que podemos classificar como inteligência: aprendem truques, percebem quando estamos zangados, são “charmosos” quando querem conseguir alguma coisa… Mas não possuem a capacidade de controlar o próprio instinto reprodutivo. Cabe a nós, seus guardiões humanos, a tarefa de decidir sobre essa questão. E, como o excesso de cães e gatos é um grave problema, especialmente nos grandes centros urbanos, a castração é o instrumento mais eficaz que existe para garantir que não haja uma explosão populacional dessas espécies. Para se ter uma ideia do quanto esse assunto é sério, para cada bebê humano que nasce, nascem também 15 cães e 45 gatos. Em seis anos, uma cadela e seus descendentes, podem gerar 64 mil filhotes! 


Como a castração funciona? 
  
Nos machos, a castração consiste na retirada dos testículos. Nas fêmeas, aconselha-se fazer a histerectomia, que consiste na retirada do útero, trompas e ovários. Dessa forma, além de não gerar filhotes, a cadela ou gata também não correrá o risco de desenvolver tumores de mama, piometra e outras doenças ligadas ao aparelho reprodutivo. Trata-se de uma cirurgia de baixo risco, que não requer internação, mas envolve anestesia geral e não pode, de jeito nenhum, ser realizada por “curiosos”: somente médicos veterinários devidamente habilitados podem realizá-la. O pós-operatório é simples e basta uma semana de recuperação para que o animal fique “novinho em folha”.

Fêmeas

A cirurgia de castração em fêmeas mais comum e indicada para prevenir uma gama maior de problemas de saúde é chamada de ovariohisterectomia, que consiste na remoção do útero e dos ovários. 

Embora seja raro, em alguns mutirões de castração pode acontecer de o veterinário fazer a retirada apenas dos ovários (ovariectomia). Ambas impedem a gravidez. Mas é recomendado certificar-se antes com o veterinário sobre qual procedimento de castração ele irá fazer. 

Machos

A castração mais comum e indicada para minimizar os comportamentos mencionados acima é a orquiectomia, que remove os dois testículos. 

Se o dono não se sente à vontade com a remoção dos testículos, pode optar pela vasectomia, que apenas bloqueia a passagem dos espermatozoides. Ambas impedem a procriação.

O que muda após a castração?


É natural que os cãezinhos mudem após a castração, física e comportamentalmente. Afinal, a cirurgia envolve partes do corpo relacionadas à produção de hormônios. Confira o que muda após a castração de cada sexo: 

Castração de fêmeas


As mudanças são principalmente relacionadas à saúde:
  • Acaba o incômodo com o período de cio – o sangramento acontece de seis em seis meses;
  • Deixa de existir o risco de a cadela desenvolver tumores de útero e ovário, que são comuns. E diminui a chance de tumor nas mamas, especialmente se ela for castrada antes do primeiro cio (o momento ideal para realizar o procedimento é no quinto mês);
  • Evita que elas tenham gravidez psicológica, que pode ocorrer quando a cadelinha passa pelo cio mas não fica grávida;
  • Reduz o risco de piometra, um tipo de infecção grave no útero.

Castração de machos


As mudanças após a castração costumam ser mais aparentes em seu comportamento. Com a remoção dos testículos, a produção de testosterona é drasticamente reduzida. A castração diminui a chance de comportamentos como:
  • Demarcação de território com xixi, agressividade com outros cães e hábitos como “pegar” na perna das pessoas – especialmente se ele for castrado no primeiro ano de vida. O momento ideal para realizar o procedimento é entre o quinto e o sétimo mês, quando os órgãos reprodutivos terminaram de se formar;
  • O procedimento também reduz a chance de o cãozinho ter tumor de próstata.
Não se esqueça que é essencial você procurar uma clínica veterinária onde a cirurgia seja realizada com toda a segurança! Pesquise bem sobre o processo de anestesia, faça exames pré-cirúrgicos no seu cachorro e consiga todas as informações que puder do veterinário que vai realizar a castração. Tome todo o cuidado possível para garantir um procedimento tranquilo, indolor e benéfico para seu filho peludo.

Qual é a idade mínima para um animal ser castrado?

A castração pode ser feita a partir dos 2 meses de idade e, no caso da fêmea, recomenda-se antes do primeiro cio. 

Vantagens da Castração: 

1) Diminui drasticamente o risco de doenças nas vias uterinas e previne o aparecimento de tumores de mama, útero, próstata e testículos;
2) Elimina a Gravidez Psicológica, que afeta algumas fêmeas após o término do cio e se caracteriza pelo inchaço das mamas (muitas vezes com edema), produção de colostro e irritabilidade excessiva;
3) Diminui o risco de fugas e brigas, que podem acarretar acidentes graves e até fatais; 
4) Ao acabar com o cio, elimina também algumas consequências inconvenientes, tais como os latidos, uivos e miados excessivos que ocorrem nos períodos de fertilidade; 
5) Elimina os estados de excitação por falta de cruzamentos – e o embaraço gerado quando o cãozinho resolve agarras as pernas das visitas!; 
6) Nas cadelas, elimina a inconveniente perda de sangue no período de cio, assim como as desagradáveis reuniões de machos na imediações da residência; 
7) Contribui para a redução e até a eliminação do hábito dos gatos de urinar em paredes e móveis para marcar território. A urina também perde o odor forte e desagradável. 

Pós-operatório de cirurgia de castração

 

O período de recuperação dos cães após a castração costuma variar entre 7 e 12 dias, tanto para fêmeas quanto para machos. Durante esse período é muito importante que seu filhote tenha uma companhia humana sempre que possível. Limpe a ferida ao menos uma vez por dia durante todo esse período, até o retorno ao veterinário. 

Os veterinários costumam recomendar que o cãozinho use um macacão cirúrgico e/ou um colar Elizabethano (o famoso “cone” ao redor da cabeça) pelo menos nos primeiros cinco dias. Isso impede que ele fique lambendo ou coçando o local dos pontos. Também tenha cuidado ao oferecer comida e água — vá aos poucos e cuide para que seu bebê não coma muito de uma vez só, o que pode fazê-lo passar mal nos dias após a cirurgia.

Os cinco primeiros dias são os mais críticos por conta dos pontos, pois interferências neles podem causar infecções ou até seu rompimento — o que vai exigir uma volta antecipada ao veterinário e mais estresse para seu filho canino. Mesmo que no dia seguinte eles voltem a apresentar comportamento normal, é importante não descuidar: até a retirada dos pontos da castração, evite que seu peludo corra, suba escadas ou pule demais. Essas atividades podem causar dor e também o rompimento dos pontos, causando problemas e desconforto. 

Após a cirurgia, os cães também costumam tomar anti-inflamatórios, analgésicos e até antibióticos, então atente-se aos horários e sempre dê os remédios que o médico veterinário passou nas quantidades corretas. 

Não se esqueça que o cachorro está em período de recuperação de uma cirurgia, mas que ele mesmo não tem ideia disso! Então tenha paciência, calma e carinho para lidar com essa fase. 

Por fim, vale reforçar que a castração trata-se de uma cirurgia: embora seja um procedimento comum e seguro, toda operação — com anestesia, corte, pontos — envolve algum risco. Por isso, é super importante fazer exames prévios com o veterinário para minimizar as chances de ele ter qualquer problema. 

Mitos sobre a Castração: 


“Castração engorda” 

Se o animal não castrado costuma sair por aí atrás de possíveis cruzamentos, é possível que ele engorde, pois ficará mais sossegado. Portanto, o mal não está na castração em si, e sim, na mudança de hábito – ou seja, na diminuição de suas atividades físicas. Dessa forma, o pet precisará apenas de mais oportunidades para se exercitar.

“Eu não posso pagar!”

O custo da operação será amplamente compensado por aquilo que você deixará de gastar em um futuro parto, nos cuidados com os filhotes ou no tratamento de alguma das doenças que comumente acometem animais não castrados. Hoje, várias clínicas realizam castrações a preços reduzidos ou facilitam o pagamento.

“Eu sempre arrumo pra quem dar os filhotes” 

É possível ter sorte e encontrar bons adotantes para uma ou duas ninhadas. Mas será difícil conseguir, todos os anos, de 10 a 15 pessoas responsáveis e dispostas a levar um pet pra casa! É preciso pensar também que cada um desses filhotes poderá gerar, a partir do primeiro ano de vida, outras dezenas de descendentes, que por sua vez também terão filhotes, dando curso a um ciclo interminável de crias e mais cães e gatos – e fatalmente muitos deles acabarão sem lar, ou nas mãos de pessoas que não cuidarão deles com carinho. Infelizmente, a “solução” encontrada por muitos guardiões de mamães que dão cria é simplesmente jogar os filhotes na sarjeta, abandoná-los em portas de clínicas veterinárias ou, de maneira ainda mais cruel, afogá-los quando recém-nascidos. Então, a questão é: por que deixar novos filhotes nascerem se não há lares suficientes para os que já existem?

“Mas ela precisa ter pelo menos uma cria…” 

Não, não e não. A histerectomia realizada em fêmeas praticamente elimina os riscos de aparecimento de tumores de mama, piometra e outras doenças do aparelho reprodutor. Quanto mais novinhas as cachorras ou gatas forem castradas, melhor! Lembre-se: ter uma cria não acrescenta saúde ao animal e sim mais animais ao problema.

“Meu animal vai sofrer?” 

A cirurgia, feita sob anestesia geral, é indolor, e o médico veterinário receitará analgésicos para o pós-operatório. No dia da cirurgia, é possível que o animal fique um pouco “grogue” em decorrência dos anestésicos, mas certamente se alimentará, beberá água e fará suas necessidades normalmente. E, em dois ou três dias, o animal estará brincando e retomará suas atividades rotineiras. 

“Eu estarei interferindo na natureza do meu animal?”

Seu animal não faz “escolhas”, não alimenta expectativas quanto a unir-se a um parceiro e ter filhos nem nada no gênero. Enfim, ele não tem os valores idênticos aos dos seres humanos. É seu dever, como guardião, intervir e prevenir nascimentos indesejados, agindo não somente pelo bem do seu companheiro, mas também em prol de toda a espécie dele e da sociedade em que todos estamos inseridos. Será, portanto, um benefício, e não uma ingerência indevida.


 Informe-se sobre ações – subsidiadas ou não – de controle populacional/ castração no órgão público responsável por animais de sua cidade ou região. Em Natal/RN, por exemplo, no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), é possível adotar e cadastrar-se para a castração gratuita de cães e gatos que vem por outra promovem.

 Muitas ONGs fazem castração de animais a preços populares e até facilitam o acesso para quem não dispõe de condução própria. Informe-se.

Se gostou compartilha e se tem alguma dúvida ou sugestão me envia !


 

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