sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Animais de estimação e Bebês, existe algum risco ?

Como deve ser a relação dos bichos de estimação da família com o bebê que chega? Algumas pessoas decidem se distanciar do assunto e se desfazer do animal. Outras agem como se não fosse haver uma mudança na casa e não chegam a se preocupar com convívio entre bebês, crianças e animais, com a divisão do espaço na casa, e com os cuidados que a relação exigirá. São extremos, e o melhor caminho é o do meio, segundo especialistas.


O animal deverá ser acostumado com a futura rotina, com os limites que terá com a chegada do bebê. Sem preparo, ele poderá ficar ansioso e, dependendo do temperamento, traduzir esse sentimento em agressividade contra a família e a criança. Sofrerá e correrá um risco enorme de ser doado ou abandonado.

O convívio entre bebês e animais de estimação é possível? 


Sim! O convívio entre bebês, crianças e animais de estimação é possível. Especialistas dão dicas para facilitar essa tarefa:

Antes do nascimento do bebê

  1. Impeça a entrada do animal no quarto do bebê – Assim, ele não associará a restrição de circulação pela casa à chegada do novo membro da família.
  2. Habitue o cão a passear com várias pessoas – Nos primeiros meses de vida do bebê, a mãe dificilmente consegue sair com o cão. Acostumando-se com outras pessoas, o animal não se sentirá deixado de lado por causa da criança.
  3. Consulte um adestrador ou um especialista em comportamento animal – Se o cão ou o gato for agressivo, suas atitudes devem ser controladas para se adequarem ao lar com uma criança pequena. Como o treinamento pode levar alguns meses, providencie-o o quanto antes.

Do nascimento até os seis meses do bebê

  1. Peça para tirarem o animal da casa quando você for voltar da maternidade com o bebê – O cachorro e o gato sentem que seu território está sendo invadido se os pais surgem com um novo ser humano a quem dão muita atenção. O ideal é chegar, acomodar o bebê e só então trazer o animal de volta da casa de parentes, de amigos ou de um hotelzinho.
  2. Mantenha o chão de todos os cômodos bem limpo – Cães e gatos soltam pelos (às vezes imperceptíveis) diariamente. Para que o bebê não os aspire e fique livre de alergias, é preciso passar um pano úmido no chão de toda a casa pelo menos uma vez ao dia.
  3. Permita que o animal se aproxime aos poucos do bebê – E de preferência depois do terceiro mês. Deixe o cão ou o gato cheirar os pés do bebê, as mãos, a cabeça. Impeça as lambidas nesse começo, já que o boca do animal é repleta de bactérias.

A partir dos seis meses do bebê

  1. Oriente a criança quanto aos excessos – Explique que cão e gato não são brinquedos e que não é legal puxar pelo rabo ou enfiar os dedos nos olhos e nas orelhas deles, pois eles podem sentir dor e atacar para se defender. Além disso, o comportamento com o bichinho de casa moldará como ela será com animais de outras pessoas, com os quais é essencial ter limites.
  2. Incentive a criança a se aproximar do animal – Ensine-a a dar petiscos para o cachorro e a brincar com varetas ou cordas com o gato. Todos vão se divertir!
  3. Inclua o animal nas brincadeiras com o bebê – Jogar um brinquedo alternadamente para o bebê e para o cão ou o gato é uma forma simples de mostrar que todos têm atenção na casa.
  4. Mantenha os potes de comida e de água do animal fora do alcance da criança – Se ela alcançar os recipientes, vai querer comer a ração e beber a água, o que não é aconselhável.
  5. O animal é de toda a família – Vendo o carinho e os cuidados dos pais com o cão ou o gato, a criança agirá da mesma maneira. O exemplo é um ótimo professor.

Quais são os cuidados necessários para uma interação segura?

Por causa dos passeios e de alguns hábitos, os animais podem carregar agentes infecciosos, capazes de gerar diarreia ou algumas doenças não graves no bebê. Por isso, é preciso manter os banhos e a higiene do animal sempre em dia, uma vez que pode ser difícil evitar uma lambida, por exemplo. Também é importante ter suas vacinações e visitas ao veterinário monitoradas, garantindo que eles estejam vermifugados e com uma boa saúde para que essa relação não traga prejuízos para a criança.

O tamanho do animal em relação à criança deve ser considerado na hora de deixá-la ter contato com os animais domésticos. O porte ideal para esse contato inicial é de pequeno para médio. Isso porque animais grandes, por mais dóceis que sejam, podem ser desastrados e machucar o bebê sem querer. Apesar disso, dependendo de como foi a criação desse pet, ele pode ter contato com as crianças, desde que tenha alguém por perto enquanto eles estiverem brincando.

Não existe uma raça de cachorro que não se dê bem com crianças porque tudo depende de como eles foram educados. Além disso, a idade do pet não costuma influenciar na adaptação. No entanto, os especialistas acreditam que se um filhote for adotado na mesma época em que um bebê nascer, a adaptação pode ser mais fácil, mas o trabalho será dobrado pois ambos necessitarão de atenção.

Como apresentá-los?


Depois que o bebê tomar todas as vacinas iniciais e o pediatra der o aval para o contato, eles podem começar a interagir, mesmo que seja após poucos dias de vida. Para que isso aconteça de forma tranquila e segura, a aproximação deve ser lenta e cuidadosa. O cachorro, por exemplo, deve ficar no colo do tutor ou em uma coleira enquanto a criança fica no colo de um adulto. “O primeiro contato deve ser feito em ambiente agradável para os dois e sem muitas pessoas em volta. Quando o cachorro está em um ambiente diferente, hostil ou com muitas pessoas, ele pode ter um comportamento não habitual e inesperado”, orienta Catia.

Alguns animais precisam ser adestrados antes de entrar em contato com as crianças. Além disso, é recomendado que os pets já tenham um jeito dócil, que aprecia o contato humano. Tendo essa cautela durante o primeiro contato, a criança pode passar a interagir mais diretamente com ele. Isso acontece, geralmente, a partir do segundo mês de vida, quando a capacidade de interação do bebê já está mais desenvolvida.

É necessário que essa interação seja sempre monitorada para que o bebê não se machuque. No caso do cachorro, por exemplo, ele pode querer cheirá-lo ou “cavá-lo” e brincar sem levar em consideração o seu tamanho. Também deve-se tomar cuidado para que a criança não tenha nenhum brinquedo ou objeto na mão que possa agredir ou assustar o cachorro. Afinal, o seu modo de brincar também pode ser inesperado. “Se o bebê começar a chorar, o cachorro poderá se assustar e ver aquele contato como algo negativo”, alerta o veterinário.

Para que a interação seja completamente segura, é preciso confiar no seu animal e saber que ele foi educado corretamente. “Os cachorros veem os humanos como parte de uma matilha e o tutor precisa ser o líder dela. Se eles veem a si mesmos como líderes, podem enxergar o bebê como uma ameaça e irão defender a matilha”, diz Gustavo.

E se eles não se derem bem?


Um primeiro contato inadequado pode levar a criança a desenvolver medo do animal. “Também é importante tomar cuidado com ameaças que os pais ou cuidadores fazem envolvendo animais, principalmente cães e gatos, em momentos em que se quer que a criança faça algo. Falas como ‘se você não comer, vou dar tudo para o gato’ ou ‘o cachorro vai te pegar’ podem gerar este bloqueio futuramente”, explica a pediatra.

Para estimular o contato, os responsáveis devem mostrar para a criança que o animal não causa mal e ir aproximando-a de forma gradual e lenta. Isso fará com que ela veja o animal como um ser vivo, que necessita de cuidados e amor. Outra dica é dar o exemplo e mostrar que o animal precisa de cuidados. A criança deve entender que ele come, bebe e tem suas necessidades. “É importante que ela entenda que o animal brinca, mas também tem seu horário para dormir, por exemplo”, aconselha Catia.

Conforme a criança vai crescendo, é importante delegar a ela pequenas responsabilidades deste cuidado, como colocar a ração na vasilha, trocar a água e acompanhar na vacinação. Com isto, ela compreenderá o significado de ser responsável e, consequentemente, o amor entre eles vai se fortalecendo, até tornarem-se dois grandes e inseparáveis amigos.

O cachorro sente ciúmes. O que fazer?


É natural que o animal, principalmente o cachorro, fique ansioso no primeiro contato com o bebê e durante o período de adaptação. O novo membro da família é uma grande novidade e trará mudanças significativas para a casa. “Eles podem ter ciúmes da criança pois, até então, viviam sozinhos com seus tutores e, agora, terão menos atenção”, afirma Gustavo. “Por isso, até que se acostumem com o novo morador da casa, os animais devem ter contatos mais breves e sob supervisão e intervenção do tutor”, aconselha o veterinário.

Para facilitar essa adaptação, uma dica é premiar o cachorro se ele se comportar ao ficar perto do bebê. Você pode dar petisco ou fazer festa como um reforço positivo de que aquela aproximação será boa para ele. “Outra boa atitude é, ao estar brincando com o bebê no carrinho, por exemplo, usar a outra mão para acariciar o cachorro”, sugere o veterinário. Além disso, evite expor a criança ao contato com o animal durante seu momento de alimentação. Nesta situação, o pet pode ficar mais agressivo na tentativa de defender o seu território.

Os benefícios de animais e bebês crescendo juntos


Quando os animais e os bebês crescem juntos, os benefícios são incontáveis. 

Os pais que têm a oportunidade de desfrutar dessa relação serão agradavelmente surpreendidos todos os dias. Estes são alguns dos benefícios que os animais trazem para o desenvolvimento dos bebês.

Estimulação sensorial


Os bebês estão muito interessados em explorar e investigar o mundo, e os animais são uma agradável fonte de estímulos. 

Com eles, os conhecimentos que extraem das suas primeiras “experiências” com o mundo tornam-se mais ricas. Brincar com um amigo proporciona experiências mais variadas, excitantes e divertidas.

Desta forma, a agilidade é treinada pelas tentativas do bebê de seguir visualmente o animal e, em seguida, movendo-se até ele. Além disso, descobrirá novas texturas no corpo do animal de estimação… texturas que ele vai adorar acariciar.

Afetividade e empatia


Os animais são extremamente sensíveis aos bebês, pois sabem que ele é um ser frágil e indefeso que precisa de delicadeza e proteção. Em diversas ocasiões ouvimos notícias de animais que salvam bebês, que os protegem de acidentes fatais ou que cuidam deles em situações extremas. Isso não é ficção: o instinto dos animais os leva a preservar a vida dos filhotes.

Os bebês aprendem a receber carinho e cuidar dos animais de estimação. 

Eles aprendem a interagir com esses membros da família com quem compartilham tempo e espaço. Animais e bebês aprendem a cuidar um do outro; a amar e demonstrar carinho de uma forma muito espontânea.

Além disso, diferentes estudos comprovam que as crianças que crescem com cães e gatos são emocionalmente mais inteligentes e compassivas. Um estudo com crianças entre três e seis anos de idade demonstrou que as crianças que têm animais de estimação são mais empáticas em relação aos animais e outros seres humanos.

Autoestima


Quando os pais envolvem as crianças e os bebês no cuidado dos animais de estimação, elas se sentem mais capazes e competentes, reforçando assim a sua autoestima. O fato de estar cuidando de um animal de estimação (tanto dentro da família como na sala de aula), proporciona às crianças um novo e importante senso de responsabilidade, além de aumentar significativamente a sua autoestima.

De acordo com Nienke Endenburg e Ben Barda, “se há animais de estimação em uma casa e pais e filhos cuidam deles regularmente, as crianças aprendem cedo como cuidar e alimentar um animal que depende deles”. É por isso que atualmente, em muitos países, as aulas de educação infantil têm um animal de estimação na sala de aula.  

A responsabilidade de cuidar de um animal faz surgir nas crianças sentimentos de segurança e aceitação de si mesmas.

Saúde


Os animais ajudam os bebês a desenvolverem um sistema imunológico mais forte, o que os tornará mais preparados para enfrentar diferentes doenças.

Pesquisadores da Universidade da Finlândia realizaram um estudo interessante para a revista “Pediatrics”, que concluiu que bebês com menos de um ano de idade que convivem com cães ou gatos têm 30% menos probabilidade de sofrer de tosse, rinite ou febre. Além disso, o mesmo estudo revela que a probabilidade desses bebês contraírem infecções de ouvido é reduzida pela metade.

Desenvolvimento da linguagem e desenvolvimento cognitivo

O fato de pais, mães e cuidadores conversarem com o bebê terá um impacto muito positivo, tanto no desenvolvimento cognitivo quanto na aquisição da linguagem. É importante dedicarmos um tempo para conversar com o bebê, lhe transmitir afeto através de carícias e palavras. No entanto, muitas vezes ignoramos a comunicação existente entre animais e bebês.

Quando animais e bebês crescem juntos, a comunicação entre eles é constante e extremamente enriquecedora. 

O bebê tentará se comunicar e encontrará no seu parceiro um receptor sempre disposto a ouvir e responder. Tanto é assim que estudos nesse sentido nos dizem que ter um animal de estimação facilita o desenvolvimento da linguagem e melhora a capacidade futura do bebê no campo da comunicação.

As crianças extraem muita informação da realidade brincando e interagindo com os animais. 

Algo que, por sua vez, estimula o desenvolvimento cognitivo dos pequenos, além de elevar o coeficiente intelectual que terão no futuro.

Sociabilidade


Os animais representam uma forma de vivenciar o mundo físico e social, à medida que respondem às suas primeiras verbalizações, expressões corporais, movimentos e toques.

Segundo Amparo Fortea, “vários estudos mostram que as crianças que interagem com animais saudáveis têm menos problemas de adaptação, são mais responsáveis e têm um sistema imunológico mais forte”. Algumas pessoas dizem que bebês e crianças que crescem com animais de estimação são mais felizes.

Em qualquer caso, o fato de ter desenvolvido e fortalecido as habilidades anteriormente mencionadas faz com que os bebês que cresceram com animais estabeleçam relações sociais com facilidade e desenvolvam laços mais fortes e profundos.

Família


Com o tempo, os bebês observam que há coisas que mudam infinitamente, enquanto outras permanecem. As pessoas, a família, são os pontos de apoio mais sólidos na vida das crianças. E é dentro desta família que elas incluem os animais. Eles são uma fonte de segurança e cumplicidade para as crianças.

Os animais, por sua vez, se sentem responsáveis pelo cuidado e proteção dos bebês. 

Às vezes isso pode ser estressante para eles no início. Então, dependerá da nossa administração para que eles vivam essa mudança da melhor maneira possível. No entanto, uma vez adaptados à mudança, descobrirão outra pessoa para amar. Outra pessoa que o ama; alguém com quem brincar e compartilhar.

Não é suficiente querer que o seu bebê cresça com animais

Não basta querer que o seu bebê cresça com um animal de estimação.  

É essencial assumir a responsabilidade envolvida, entender os seus direitos, necessidades e garantir o seu bem-estar. 

Um animal requer tempo, dedicação e cuidados. Nesse sentido, precisamos ser sensatos e coerentes, porque eles merecem o melhor.

Os animais nos ensinam responsabilidades, emoções e consequências. 

Os animais nos ensinam o que é família, o que é amor. Os animais se entendem com os bebês porque ambos se comunicam através da inocência, da incondicionalidade e da ternura. O privilégio de crescer com um ou vários animais, independentemente de quantos anos tenhamos, não tem preço. Definitivamente, os animais nos tornam pessoas melhores.

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