quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Esporotricose em gatos e cães: sintomas, causas e tratamento

A esporotricose é uma zoonose, ou seja uma doença que pode ser transmitida de animais para pessoas. O agente desta doença é um fungo, que geralmente usa uma ferida na pele como meio perfeito de entrada no organismo.

Esta doença terrível pode afetar diversos animais, incluindo o cachorro e o gato! Sendo que ela pode ser transmitida ao ser humano, é imprescindível ter alguns cuidados. Por esse motivo, o PeritoAnimal escreveu este artigo com tudo o que você precisa saber sobre a esporotricose em cães e gatos: sintomas, causas e tratamento.

Afinal, o que é a Esporotricose ? 

Esporotricose Felina


A esporotricose, também conhecida por doença da roseira, é causada pelo fungo Sporotrix Schenkii. Este fungo está por todo lado na natureza, por isso não é difícil que o seu pet tenha contacto com ele. Principalmente os gatos que têm acesso ao exterior, podem contactar com este fungo na terra e nos jardins que frequentam.

Este fungo gosta especialmente de lugares quentinhos e úmidos para se reproduzir e é por isso que é mais comum em climas tropicais. A melhor forma de prevenir o aparecimento deste fungo é manter sempre os locais devidamente limpos, especialmente a caixa de areia do seu gato!

É importante referir que, segundo alguns estudos, a transmissão a partir dos gatos para os humanos é mais comum do que a partir dos cachorros. Por vezes, o animal pode não ter a doença mas ser portador do fungo. Por exemplo, se o seu gatinho esteve em contacto direto com este fungo na rua e numa brincadeira lhe fizer um arranhão, pode ser o suficiente para o contaminar. Desinfete rapidamente a ferida!

Esporotricose canina 


No cachorro, a esporotricose é considerada rara. Sendo mais comum existirem dermatofitoses causadas por outros agentes, como o Microsporum canis, Microsporum gypseum e o Trichophyton mentagrophytes. De qualquer forma, existem alguns casos relatados e por isso, todos os cuidados são poucos. Tal como nos gatos, a higiene é o mais importante de tudo, tanto para manter o seu cachorro a salgo destes fungos oportunistas, como você mesmo.

Causas da esporotricose 


Como já referimos, o que causa a esporotricose é o fungo Sporotrix Schenckii que normalmente, aproveita pequenas lesões ou feridas para entrar no organismo do animal.
Podemos considerar que existem três tipos de esporotricose:
  • Cutânea: nódulos individuais na pele do animal.
  • Cutâneo-linfática: quando a infeção progride e para além de afetar a pele, atinge o sistema linfático do animal.
  • Disseminada: quando a doença atinge um estado tão grave que todo o organismo fica afetado.

Sintomas de esporotricose 


Ao contrário de outras doenças de pele, as lesões causadas pela esporotricose não costumam causar coceira. Para além dos sintomas típicos, referidos de seguida, os animais podem perder apetite e consequentemente peso.

Sintomas de esporotricose em cães e gatos

  • Nódulos firmes
  • Áreas de alopécia (regiões do corpo sem pelo)
  • Úlceras no tronco, cabeça e orelhas
Para além disso, quando a doença é disseminada, uma série de outros sinais clínicos podem ser apresentados, conforme os sistemas afetados. Desde problemas respiratórios, locomotores e até mesmo gastrointestinais.

Esporotricose - diagnóstico 


São necessárias provas de diagnóstico feitas pelo médico veterinário para confirmar que o animal padece de esporotricose. Esta doença pode ser facilmente confundida com outras que apresentem sinais clínicos semelhantes, como a leishmaniose, herpes, etc.
Estes são os meios de diagnóstico mais comuns:
  • Citologia por esfregaço direto
  • Impressão
  • Raspado cutâneo
Por vezes, pode ser necessário fazer uma cultura fúngica e biópsia. Para além disso, não estranhe se o seu médico veterinário precisar realizar várias provas no seu pet. Os exames complementares são extremamente importantes para descartar possíveis diagnósticos diferenciais e, recorde que, sem um correto diagnóstico, as probabilidades do tratamento ser eficaz são muito inferiores.
 

Esporotricose em gatos e cachorros - tratamento 


O tratamento de eleição para este problema é o iodeto de sódio e potássio.
No caso dos gatos, o veterinário terá especial cuidado porque existe um maior risco de ocorrer iodismo como efeito secundário deste tratamento, sendo que o gato pode apresentar:
  • Febre
  • Anorexia
  • Pele ressecada
  • Vômitos
  • Diarreia
Outros fármacos podem ser utilizados para ajudar na cicatrização das lesões, como imidazóis e triazóis. É importante referir que o uso destes fármacos também pode ter efeitos colaterais como:
  • Anorexia
  • Náuseas
  • Perda de peso
Se o seu pet apresentar qualquer efeito colateral da medicação, você deve contatar de imediato o médico veterinário que está a acompanhar o caso.

Esporotricose tem cura? 


Sim, a esporotricose tem cura. Para isso, você deve levar o seu pet à clínica veterinária assim que verificar alguns dos sintomas que referimos anteriormente. Quanto mais depressa for iniciado o tratamento, melhor é o prognóstico.

 

Prognóstico da esporotricose


O prognóstico desta doença é bom se for identificado a tempo e se fizer um tratamento correto. Podem existir recidivas mas, geralmente, estão associadas a um uso incorreto de medicamentos. Por esse motivos, mais uma vez frisamos, que você jamais deve medicar o seu pet sem a supervisão do veterinário, visto que esse ato pode parecer resolver o problema no momento mas piorar a saúde do seu animal no futuro.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

Se deseja ler mais artigos parecidos a Esporotricose em gatos e cães: sintomas, causas e tratamento, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Problemas da pele.

Bibliografia

  • Londero, A.T. Castro, R. M. Fichman, O. (N. D) Two cases of Sporotrichosis in Dogs in Brazil.
  • Souza, N.T. Nascimento, A.C.B.M. Souza. J. O. T Santos, F.C.C.A. Castro, R. B. (2009) Esporotricose canina: Relato de Caso. Arq. Bra. Med. Vet. Zootec. 61(3) p.572-576
  • Bernard P et al (1983) Sporotrichosis acquired from a cat. J AM ACAD DERMATOL 8 pp. 386-391
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