A histologia (do grego: hydton = tecido + logos =
 estudos) é a ciência que estuda os tecidos biológicos, desde a sua 
formação (origem), estrutura (tipos diferenciados de células) e 
funcionamento.
Mas o que é tecido?
O corpo de um organismo multicelular é 
constituído por diferentes tipos de células, especializadas em realizar 
diversas funções. As células com determinado tipo de especialização organizam-se em grupos, constituindo os tecidos.
 Alguns tecidos são formados por células que possuem a mesma estrutura; 
outros são formados por células que têm diferentes formas e funções, mas
 que juntas colaboram na realização de uma função geral maior.
A diferenciação dos tecidos e a conquista do ambiente terrestre
Dentre as diversas adaptações que favoreceram a conquista do meio terrestre pelos vertebrados destacam-se um eficiente revestimento
 corporal impermeabilizado, um adequado sistema esquelético de suporte 
do organismo e de seus órgãos e um hábil mecanismo que permite a 
movimentação do organismo pelo meio. No homem, essas três 
tarefas são desempenhadas, na ordem, pela pele, pelo conjuntivo de ossos
 do sistema esquelético e pelos inúmeros músculos componentes do sistema
 muscular. Ossos e músculos constituem o sistema locomotor.
Como são formados os tecidos?
Todos os tecidos presentes nos vertebrados adultos são formados a partir de três tipos de folhetos germinativos: endoderma, ectoderma e mesoderma.
 Cada um desses, durante o desenvolvimento embrionário, é responsável 
por uma genealogia de células especializadas quanto à forma e função. 
Os destinos finais (organogênese) desses folhetos germinativos, na formação dos tecidos e órgão humanos, são os seguintes. 
Ectoderma
- Epiderme e anexos cutâneos (pêlos e glândulas mucosas); 
- Todas as estruturas do sistema nervoso (encéfalo, nervos, gânglios nervosos e medula espinhal);
- Epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal. 
Mesoderma
- Forma a camada interna da pele (derme); 
- Músculos lisos e esqueléticos; 
- Sistema circulatório (coração, vasos sanguíneos, tecido linfático, tecido conjuntivo); 
- Sistema esquelético (ossos e cartilagem); 
- Sistema excretor e reprodutor (órgãos genitais, rins, uretra, bexiga e gônadas). 
Endoderma
- Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com exceção da cavidade oral e anal;
- Sistema respiratório (pulmão); 
- Fígado e pâncreas. 
 
Tipos de Tecidos
Nos animais vertebrados há quatro grandes grupos de tecidos: o muscular, o nervoso, o conjuntivo  (abrangendo também os tecidos ósseo, cartilaginoso e sanguíneo) e o epitelial, constituindo subtipos específicos que irão formar os órgãos e sistemas corporais. 
        
  Por exemplo: O sangue é considerado um tecido conjuntivo, com 
diversificadas células (as hemácias, os leucócitos e as plaquetas) e o 
plasma (água, sais minerais e diversas proteínas). 
    
Nos invertebrados estes tipos de tecido são 
basicamente os mesmos, porém com organizações mais simples. A maioria 
dos tecidos além de serem compostos de células, apresentam entre elas 
substâncias intracelulares (intersticiais).
 
Especificação dos tecidos básicos
 
Epitélio → revestimento da superfície externa do corpo (pele), os órgãos (fígado, pulmão e rins) e as cavidades corporais internas; 
Conjuntivo → 
constituído por células e abundante matriz extracelulas, com função de 
preenchimento, sustentação e transporte de substâncias; 
Muscular → constituído por células com propriedades contráteis; 
Nervoso → formado por células que constituem o sistema nervoso central e periférico (o cérebro, a medula espinhal e os nervos). 
Tecido epitelial
A superfície externa do corpo e as cavidades corporais internas dos animais são revestidas por este tecido. 
O tecido epitelial desempenha várias funções no organismo, como proteção do corpo (pele), absorção de substâncias úteis (epitélio do intestino) e percepção de sensações (pele), dependendo do órgão aonde se localizam. 
    
Os tecidos epiteliais ou epitélios têm células perfeitamente justapostas, unidas por pequena quantidade de material cimentante, com pouquíssimo espaço intercelular.
 Os epitélios não são vascularizados e não sangram quando feridos. A 
nutrição das células se faz por difusão a partir dos capilares 
existentes em outro tecido, o conjuntivo, adjacente ao epitélio a ele 
ligado. O arranjo das células epiteliais pode ser comparado ao de 
ladrilhos ou tijolos bem encaixados.
Os  epitélios podem ser classificados quanto ao número de células: 
    
- Quando os epitélios são formados por uma só camada de células, são chamados de epitélios simples ou uniestratificados (do latim uni, um, e stratum, camada). 
- Já os epitélios formados por mais de uma camada de células são chamados estratificados. 
- Existem ainda epitélios que, apesar de formados por uma única 
camada celular, têm células de diferentes alturas, o que dá a impressão 
de serem estratificados. Por isso, eles costumam ser denominados pseudo-estratificados.
    
    
Quanto à forma das células, os epitélios podem ser classificados em: 
    
- Pavimentosos, quando as células são achatadas como ladrilhos; 
- Cúbicos, quando as células tem forma de cubo, ou 
- Prismáticos, quando as células são alongadas , em forma de coluna.
    
    
No epitélio que reveste a bexiga, a forma das
 células é originalmente cúbica, mas elas se tornam achatadas quando 
submetidas ao estiramento causado pela dilatação do órgão. Por isso, 
esse tipo de epitélio é de denominado, por alguns autores, epitélio de 
transição.
    
Os tecidos epiteliais, também chamados epitélios, são classificados em dois tipos principais: epitélios de revestimento e epitélios glandulares.
Epitélios de revestimento
Funciona como uma membrana que isola o organismo, ou parte dele, do meio externo. 
   
Está relacionado ao revestimento e proteção de
 superfícies externas (por exemplo, na pele) e internas (por exemplo, no
 estômago). Atua, também, na absorção de substâncias, na secreção de 
diversos produtos, na remoção de impurezas e pode conter vários tipos de
 receptores sensoriais (notadamente na pele).
Pele: Órgão de contato
Nos vertebrados, a pele é importante órgão de
 contato com o meio. A conquista do ambiente terrestre pelos vertebrados
 tornou-se possível, entre outras coisas, a partir do isolamento e 
proteção do corpo e de mecanismos de relação do ser vivo com o meio. 
O tato, a visão, a olfação, a gustação e a 
audição são úteis no relacionamento do animal com o ambiente. A pele, 
órgão responsável pelas sensações táteis, apresenta diferentes tipos de 
“sensores”, que registram e informam ao ser vivo variações de 
temperatura (calor ou frio) e pressão (toques, choques, pancadas). A 
pele é, ainda, importante órgão de defesa contra diversos tipos de 
agentes infecciosos.
 Tecido Epitelial de Revestimento Pluriestratificado Pavimentoso Queratinizado. Microscopia óptica. (E) Epiderme, (D) Derme, (SC) Células queratinizadas e cera. 
Considerando o corpo inteiro, a pele de uma pessoa chega a pesar 5 Kg e tem uma área total de 18 m2. É, portanto o maior órgão do nosso corpo. 
A histologia da pele 
Nos mamíferos, a pele é órgão composto por duas camadas: epiderme e derme.
    
 A epiderme é um tecido epitelial pluriestratificado.
 É formada por estratos (ou camadas), dos quais destacam-se o estrato 
basal (também chamado de estrato germinativo), que fica apoiado na derme
 e é formado por células de aspecto cúbico. Nessa camada é intensa a 
atividade de divisão celular mitótica, que repõe constantemente as 
células perdidas no desgaste diário a que a superfície desse tecido está
 sujeito. À medida que novas células são formadas, elas vão sendo 
“empurradas” para formar as demais células, até ficarem expostas na 
superfície da pele. 
    
 A derme é uma 
camada formada por tecido conjuntivo do tipo denso, cujas fibras ficam 
orientadas em diversas direções. Vários tipos de células são 
encontrados, destacando-se os fibroblastos e os macrófagos. Nervos, 
terminações nervosas, diferentes tipos de corpúsculos sensoriais e uma 
ampla rede de capilares sanguíneos cruzam a derme em várias direções. 
Ela é um importante tecido de manutenção e de apoio. Os nutrientes 
existentes no sangue difundem-se para as células epidérmicas. 
    
 Nos mamíferos, a derme é atravessada por 
finas faixas de células musculares, os músculos eretores dos pêlos, cuja
 contração é involuntária e permite aumentar a camada de ar retirada 
entre os pêlos, que contribui para o isolamento térmico. Mecanismo 
semelhante ocorre nas aves, com as penas. 
    
 Abaixo da derme, há uma camada de tecido 
conjuntivo frouxo, o tecido celular subcutâneo (também conhecido como 
tela subcutânea e hipoderme), que não faz parte da pele, mas estabelece a
 sua ligação com as estruturas adjacentes, permitindo o seu 
deslizamento. Em determinadas regiões do corpo, a hipoderme contém um 
número variável de camadas de células adiposas, formando o panículo 
adiposo (o popular “toucinho de porco”), importante como reserva de 
energia, isolante térmico e facilitador da flutuação na água. 
 Sensores da pele 
Diversos tipos de estruturas sensoriais conferem à pele a função de relacionamento com o meio ambiente. 
Distribuído por toda a pele, são basicamente dendritos de neurônios sensoriais (terminações
 nervosas livres), sendo que alguns são envoltos por uma cápsula de 
células conjuntivas ou epiteliais e, por isso, esses receptores são 
capsulados. 
 
Anexos da Pele 
Três estruturas da pele, derivadas da epiderme, são extremamente importantes na adaptação dos mamíferos ao meio terrestre: pêlos,
 que auxiliam no isolamento térmico; glândulas sudoríparas, que 
desempenham o papel importante na regulação da temperatura corpórea; e 
glândulas sebáceas, que lubrificam a pele e estruturas anexas. 
 A pele é um tipo de tecido epitelial chamado epitélio de revestimento. 
Os tecidos epiteliais de revestimento são também encontrados revestindo 
as cavidades corporais internas dos animais.
Epitélio de revestimento intestinal 
O tecido que reveste internamente o intestino 
delgado é um bom exemplo de epitélio especializado em absorver 
nutrientes e permitir que eles passem da cavidade intestinal para o 
sangue. 
A alta capacidade de absorção do epitélio 
intestinal se deve ao fato de suas células possuírem, na membrana a 
borda livre (isto é, a borda voltada para a cavidade intestinal), muitas
 projeções finas e alongadas, que lembrem dedos de uma luva, chamadas 
microvilosidades.
Cálculos da área de membrana que constitui as 
microvilosidades mostram que elas aumentam quinhentas vezes a área 
superficial de cada célula, em comparação com a área de células que têm a
 borda lisa. O mesmo tipo de cálculo nos leva a concluir que o intestino
 delgado humano apresenta uma superfície de absorção de mais de 300 m2, equivalente à área de uma quadra de esportes de 20 m de comprimento por 15 m de lado.
A renovação das células epiteliais 
A mitose é um processo 
frequente nas células epiteliais, as quais têm vida curta e precisam ser
 constantemente renovadas. A velocidade dessa renovação varia de 
epitélio para epitélio. As células que se renovam mais rapidamente são 
do epitélio intestinal: num prazo de 2 a 5 dias são substituídas por 
células novas. As que se renovam mais lentamente são as células do 
pâncreas que demoram 50 dias para serem substituídas.
 Na pele, a renovação da epiderme ocorre em média a cada 30 dias. No 
couro cabeludo, pode ocorrer uma disfunção em que a descamação de parte 
da epiderme acontece a cada 3 ou 4 dias, formando as caspas.
Especialização das células epiteliais
As células dos tecidos epiteliais mantêm-se 
aderidas umas às outras por meio de estruturas especializadas, 
genericamente chamadas junções celulares.
Observe essas junções na figura abaixo.
Desmossomos
Uma das mais importantes junções celulares é o desmossomo (do grego desmos, ligação, e somatos,
 corpo). Um desmossomo pode ser comparado a um botão de pressão 
constituído por duas metades que se encaixam, estando uma metade 
localizada na membrana de uma das células e a outra na célula vizinha.
Em cada célula existe uma placa circular de proteína, situada bem junto à
 membrana. Das placas partem substâncias colantes, chamadas 
desmogleínas, que atravessam as membranas e grudam as células na região 
de contato. As placas também estão ligadas a um grande número de 
filamentos constituídos da proteína queratina.
Zona de oclusão
Outro tipo de junção celular presente em 
muitos epitélios é a zona de oclusão, uma espécie de cinturão adesivo 
situado junto a borda livre das células epiteliais. 
A zona de oclusão mantém as células vizinhas 
tão encostadas que impede a passagem de moléculas entre elas. Assim, 
substâncias eventualmente presentes em uma cavidade revestida por tecido
 epitelial não podem penetrar no corpo, a não ser atravessando 
diretamente as células.
Lâmina basal e hemidesmossomos
Sob um tecido epitelial há sempre uma espécie de 
tapete de moléculas de proteínas ao qual as células se ligam: a lâmina 
basal. As bases das células epiteliais ficam aderidas a lâmina basal por
 meio de estruturas celulares especiais, denominadas hemidesmossomos. 
Estes lembram desmossomos, mas possuem estrutura e função diferentes, 
conectando as bases das células epiteliais à lamina basal, em vez de 
ligarem as membranas de células vizinhas, como fazem os desmossomos.
Tecido epitelial glandular 
As células do tecido epitelial glandular produzem substâncias chamadas secreções, que podem ser utilizadas e outras partes do corpo ou eliminadas do organismo. Essas secreções podem ser:
    
-  mucosas, quando espessas e ricas em muco, Ex.  glândulas salivares 
-  serosas, quando fluidas, aquosas, claras e ricas e proteínas. Ex. glândulas secretoras do pâncreas
- Podem também ser mistas, quando ocorrem secreções mucosas e serosas juntas. Ex. Glândulas salivares parótidas. 
    
    
As glândulas podem ser unicelulares,
 como a glândula caliciforme (que ocorre por exemplo, no epitélio da 
traqueia), ou multicelulares, como a maioria das glândulas.
 Em amarelo glândulas caliciformes do intestino. 
 Em verde a parte secretora de glândulas multicelulares exócrina e endócrina, respectivamente.
As glândulas multicelulares 
originam-se sempre dos epitélios de revestimento, por proliferação de 
suas células para o interior do tecido conjuntivo subjacente e posterior
 diferenciação.
Três tipos de glândulas multicelulares
Glândulas exócrinas: apresentam
 a porção secretora associada a dutos que lançam suas secreções para 
fora do corpo (como as glândulas sudoríparas, lacrimais, mamárias e 
sebáceas) ou para o interior de cavidades do corpo (como as glândulas 
salivares);
    
Glândulas endócrinas:
 não apresentam dutos associados à porção secretora. As secreções são 
denominadas hormônios e lançadas diretamente nos vasos sanguíneos e 
linfáticos. Exemplos, hipófise, glândulas da tireoide, glândulas 
paratireódeas e glândulas adrenais;
    
Glândulas mistas:
 apresentam regiões endócrinas e exócrinas ao mesmo tempo. É o caso do 
pâncreas, cuja porção exócrina secreta enzimas digestivas que são 
lançadas no duodeno, enquanto a porção endócrina é responsável pela 
secreção dos hormônios insulina e glucagon. Esses hormônios atuam, 
respectivamente, na redução e no aumento dos níveis de glicose no 
sangue.
 
Tecido conjuntivo 
Os tecidos conjuntivos têm origem mesodérmica. 
   
Caracterizam-se morfologicamente por 
apresentarem diversos tipos de células imersas em grande quantidade de 
material extracelular, substância amorfa ou matriz, que é sintetizado 
pelas próprias células do tecido. 
    
A matriz é uma massa amorfa, de aspecto 
gelatinoso e transparente. É constituída principalmente por água e 
glicoproteínas e uma parte fibrosa, de natureza protéica, as fibras do 
conjuntivo.
    
As células conjuntivas são de diversos tipos. As principais são apresentadas a seguir.
Fibroblasto
Célula metabolicamente ativa,
 contendo longos e finos prolongamentos citoplasmáticos. Sintetiza o 
colágeno e as substãncias da matriz (substância intercelular). 
Macrófago
Célula ovoide, podendo conter
 longos prolongamentos citoplasmáticos e inúmeros lisossomos. 
Responsável pela fagocitose e pinocitose de pertículas estranhas ou não 
ao organismo. Remove restos celulares e promove o primeiro combate aos 
microrganismos invasores do nosso organismo. Ativo no processo de 
involução fisiológica de alguns órgãos ou estrutura. É o caso do útero 
que, após o parto, sofre uma redução de volume. 
Mastócito
Célula globosa, grande, sem 
prolongamentos e repleta de grânulos que dificultam, pela sua 
quantidade, a visualização do núcleo. Os grânulos são constituídos de 
heparina (substãncia anticoagulante) e histamina (substãncia envolvida 
nos processos de alergia). Esta última substãncia é liberada em ocasiões
 de penetração de certos antígenos no organismo e seu contato com os 
mastócitos, desencadeando a consequênte reação alérgica. 
 
Plasmócito
Célula ovoide, rica em 
retículo endoplasmático rugoso (ou granular). Pouco numeroso no conjunto
 normal, mas abundante em locais sujeitos à penetração de bactérias, 
como intestino, pele e locais em que existem infecções crônicas. 
Produtor de todos os anticorpos no combate a microorganismos. É 
originado no tecido conjuntivo a partir da diferenciação de células 
conhecidas como linfócitos B. 
Os diferentes tipos de tecido conjuntivo estão 
amplamente distribuídos pelo corpo, podendo desempenhar funções de 
preenchimento de espaços entre órgãos, função de sustentação, função de 
defesa e função de nutrição.
    
A classificação desses tecidos baseia-se na 
composição de suas células e na proporção relativa entre os elementos da
 matriz extracelular. Os principais tipos de tecidos conjuntivos são: frouxo, denso, adiposo, reticular ou hematopoiético, cartilaginoso e ósseo.
Tecido conjuntivo frouxo
O tecido conjuntivo frouxo preenche espaços não 
ocupados por outros tecidos, apoia e nutre células epiteliais, envolve 
nervos, músculos e vasos sanguíneos linfáticos. 
Além disso, faz parte da estrutura de muitos órgãos e desempenha importante papel em processos de cicatrização.
É o tecido de maior distribuição no corpo humano.
 Sua substância fundamental é viscosa e muito hidratada. Essa 
viscosidade representa, de certa forma, uma barreira contra a penetração
 de elementos estranhos no tecido. É constituído por três componentes 
principais: células de vários tipos, três tipos de fibras e matriz.
Tipos de fibras
As fibras presentes no tecido conjuntivo frouxo são de três tipos: colágenas, elásticas e reticulares.
    
As fibras colágenas
 são constituídas de colágeno, talvez a proteína mais abundante no reino
 animal. São grossas e resistentes, distendendo-se pouco quando 
tensionadas. As fibras colágenas presentes na derme conferem resistência
 a nossa pele, evitando que elase rasgue, quando esticada.
 As fibras elásticas são longos fios de uma
 proteína chamada elastina. Elas conferem elasticidade ao tecido 
conjuntivo frouxo, completando a resistência das fibras colágenas. 
Quando você puxa e solta à pele da parte de cima da mão, são as fibras 
elásticas que rapidamente devolvem à pele sua forma original. A perda da
 elasticidade da pele, que ocorre com o envelhecimento, deve-se ao fato 
de as fibras colágenas irem, com a idade, se unindo umas às outras, 
tornando o tecido conjuntivo mais rígido.
As fibras reticulares são ramificadas e formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos.
Tipos de células
O tecido conjuntivo frouxo contém dois principais de células: fibroblastos e macrófagos.
    
Os fibroblastos
 têm forma estrelada núcleo grande. São eles que fabricam e secretam as 
proteínas que constituem as fibras e a substância amorfa. 
    
Os macrófagos
 são grandes e ameboides, deslocando-se continuamente entre as fibras à 
procura de bactérias e restos de células. Sua função é limpar o tecido, 
fagocitando agentes infecciosos que penetram no corpo e, também, restos 
de células mortas. Os macrófagos, alem disso identificam substâncias 
potencialmente perigosas ao organismo, alertando o sistema de defesa do 
corpo.
Outros tipos celulares presentes no tecido conjuntivo frouxo são as células mesenquimatosas e os plasmócitos.
 As células mesenquimatosas são dotadas de alta capacidade de 
multiplicação e permitem a regeneração do tecido conjuntivo, pois dão 
origem a qualquer tipo de célula nele presente. Os plasmócitos são 
células especializadas em produzir os anticorpos que combatem 
substâncias estranhas que penetram no tecido.
Tecido conjuntivo denso
No tecido conjuntivo denso há predomínio de fibroblastos e fibras colágenas. 
    
Dependendo do modo de organização dessas fibras, esse tecido pode ser classificado de diferentes formas, como veremos a seguir.
Classificações:
    
- não modelado: formado por fibras colágenas 
entrelaçadas, dispostas em feixes que não apresentam orientação fixa, o 
que confere resistência e elasticidade. Esse tecido forma as cápsulas 
envoltórias de diversos órgãos internos, e forma também um a derme, 
tecido conjuntivo da pele; 
modelado: formado por fibras colágenas dispostas em 
feixes com orientação fixa, dando ao tecido características de maior 
resistência à tensão do que a dos tecidos não-modelados e frouxo; ocorre
 nos tendões, que ligam os músculos aos ossos, e nos ligamentos, que 
ligam os ossos entre si.
 
Tecido conjuntivo adiposo
Nesse tecido a substância intracelular é reduzida, e as células, ricas em lipídios, são denominadas células adiposas. 
Ocorre principalmente sob a pele, exercendo 
funções de reserva de energia, proteção contra choques mecânicos e 
isolamento térmico. Ocorre também ao redor de alguns órgãos como os rins
 e o coração. 
As células adiposas possuem um grande vacúolo central de gordura, que 
aumenta ou diminui, dependendo do metabolismo: se uma pessoa come pouco 
ou gasta muita energia, a gordura das células adiposas diminui; caso 
contrário, ela se acumula. O tecido adiposo atua como reserva de energia
 para momentos de necessidade. 
Tecido conjuntivo cartilaginoso
O tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, apresentam consistência firme, mas não é rígido como o tecido ósseo. 
Tem função de sustentação, reveste superfícies 
articulares facilitando os movimentos e é fundamental para o crescimento
 dos ossos longos. 
    
 Nas cartilagens não há nervos nem vasos 
sanguíneos. A nutrição das células desse tecido é realizada por meio dos
 vasos sanguíneos do tecido conjuntivo adjacente. 
    
 A cartilagem é encontrada no nariz, nos anéis da traqueia e dos brônquios, na orelha externa (pavilhão auditivo), na epiglote e em algumas partes da laringe.
 Além disso, existem discos cartilaginosos entre as vértebras, que 
amortecem o impacto dos movimentos sobre a coluna vertebral. No feto, o 
tecido cartilaginoso é muito abundante, pois o esqueleto é inicialmente 
formado por esse tecido, que depois é em grande parte substituído pelo 
tecido ósseo. 
    
 O tecido cartilaginoso forma o esqueleto de 
alguns animais vertebrados, como os cações, tubarões e raias, que são, 
por isso, chamados de peixes cartilaginosos. 
    
 Há dois tipos de células nas cartilagens: os condroblastos (do grego chondros, cartilagem, e blastos,
 “célula jovem”), que produzem as fibras colágenas e a matriz, com 
consistência de borracha. Após a formação da cartilagem, a atividade dos
 condroblastos diminui e eles sofrem uma pequena retração de volume, 
quando passam a ser chamados de condrócitos (do grego chondros, cartilagem, e kytos,
 célula). Cada condrócito fica encerrado no interior de uma lacuna 
ligeiramente maior do que ele, moldada durante a deposição da matriz 
intercelular. 
    
As fibras presentes nesse tecido são as colágenas e as reticulares. 
Legenda:
- Condroblasto
- Condrócito
- Grupo Isógeno
- Matriz Cartilaginosa
 Tecido conjuntivo sanguíneo 
O sangue (originado pelo tecido 
hemocitopoiético) é um tecido altamente especializado, formado por 
alguns tipos de células, que compõem a parte figurada, dispersas num 
meio líquido – o plasma -, que corresponde à parte amorfa. Os 
constituintes celulares são: glóbulos vermelhos (também denominados hemácias ou eritrócitos); glóbulos brancos (também chamados de leucócitos).
            
O plasma é composto principalmente de
 água com diversas substâncias dissolvidas, que são transportadas 
através dos vasos do corpo. 
Todas as células do sangue são originadas na 
medula óssea vermelha a partir das células indiferenciadas pluripotentes
 (células-tronco). Como consequência do processo de diferenciação 
celular, as células-filhas indiferenciadas assumem formas e funções 
especializadas. 
Plaquetas 
Plaquetas são restos celulares originados da 
fragmentação de células gigantes da medula óssea, conhecidas como 
megacariócitos. Possuem substâncias ativas no processo de coagulação 
sanguínea, sendo, por isso, também conhecidas como trombócitos (do 
grego, thrombos = coágulo), que impedem a ocorrência de hemorragias.
Glóbulos vermelhos 
Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos (do grego, eruthrós = vermelho, e kútos
 = célula) são anucleados, possuem aspecto de disco bicôncavo e diâmetro
 de cerca de 7,2 m m. São ricos em hemoglobina, a proteína responsável 
pelo transporte de oxigênio, a importante função desempenhada pelas 
hemácias. 
Glóbulos brancos 
Glóbulos brancos, também chamados de 
leucócitos (do grego, leukós = branco), são células sanguíneas 
envolvidas com a defesa do organismo. 
    
 Essa atividade pode ser exercida por fagocitose ou por meio da produção de proteínas de defesa, os anticorpos. 
    
 Costuma-se classificar os glóbulos brancos 
de acordo com a presença ou ausência, em seu citoplasma, de grânulos 
específicos e agranulócitos, os que não contêm granulações específicas, 
comuns a qualquer célula. 
Tecido conjuntivo ósseo
O tecido ósseo tem a função de sustentação e ocorre nos ossos do esqueleto dos vertebrados. 
    
É um tecido rígido graças à presença de matriz rica em sais de cálcio, fósforo e magnésio. Além desses elementos, a matriz é rica em fibras colágenas, que fornecem certa flexibilidade ao osso. 
    
 Os ossos são órgãos ricos em vasos 
sanguíneos. Além do tecido ósseo, apresentam outros tipos de tecido: 
reticular, adiposo, nervoso e cartilaginoso. 
 Por serem um estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de regeneração. 
    
 Quando um osso é serrado, percebe-se que ele é formado por duas partes: uma sem cavidades, chamada osso compacto, e outra com muitas cavidades que se comunicam, chamada osso esponjoso.
Essa classificação é de ordem macroscópica, pois 
quando essas partes são observadas no microscópio nota-se que ambas são 
formadas pela mesma estrutura histológica. A estrutura microscópica de 
um osso consiste de inúmeras unidades, chamadas sistemas de Havers.
 Cada sistema apresenta camadas concêntricas de matriz mineralizada, 
depositadas ao redor de um canal central onde existem vasos sanguíneos e
 nervos que servem o osso. 
    
Os canais de Havers 
comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa
 do osso por meio de canais transversais ou oblíquos, chamados canais 
perfurantes (canais de Volkmann). O interior dos ossos é preenchido pela
 medula óssea, que pode ser de dois tipos: amarela, constituída por 
tecido adiposo, e vermelha, formadora de células do sangue. 
Tipos de células do osso 
As células ósseas ficam localizadas em pequenas cavidades existentes nas camadas concêntricas de matriz mineralizada. 
    
Quando jovens, elas são chamadas osteoblastos (do grego osteon, osso, e blastos,
 “célula jovem”) e apresentam longas projeções citoplasmáticas, que 
tocam os osteoblastos vizinhos. Ao secretarem a matriz intercelular ao 
seu redor, os osteoblastos ficam presos dentro de pequenas câmeras, das 
quais partem canais que contêm as projeções citoplasmáticas. 
            
 Quando a célula óssea se torna madura, transforma-se em osteócito (do grego osteon, osso, e kyton,
 célula), e seus prolongamentos citoplasmáticos se retraem, de forma que
 ela passa a ocupar apenas a lacuna central. Os canalículos onde ficavam
 os prolongamentos servem de comunicação entre uma lacuna e outra, e é 
através deles que as substâncias nutritivas e o gás oxigênio 
provenientes do sangue até as células ósseas. 

 
 Além dos osteoblastos e dos osteócitos, existem outras células 
importantes no tecido ósseo: os osteoclástos (do grego klastos, quebrar,
 destruir). Essas células são especialmente ativas na destruição de 
áreas lesadas ou envelhecidas do osso, abrindo caminho para a 
regeneração do tecido pelos osteoblastos. Os cientistas acreditam que os
 ossos estejam em contínua remodelação, pela atividade conjunta de 
destruição e reconstrução empreendidas, respectivamente, pelos 
osteoclastos e osteoblastos. Você encontrará mais informações sobre os 
osteoclastos no texto sobre remodelação óssea. 
A formação do tecido ósseo
A ossificação - formação de tecido ósseo - pode se dar por dois processos: ossificação intramenbranosa e ossificação endocondral. 
    
 No primeiro caso, o tecido ósseo surge aos poucos em uma membrana de natureza conjuntiva, não cartilaginosa. 
Na ossificação endocondral, uma peça de 
cartilagem, com formato de osso, serve de molde para a confecção de 
tecido ósseo. Nesse caso, a cartilagem é gradualmente destruída e 
substituída por tecido ósseo. 
 Crescimento nos ossos longos 
A ossificação endocondral ocorre na formação de ossos longos, como os das pernas e os dos braços. 
    
 Nesses ossos, duas regiões principais 
sofrerão a ossificação: o cilindro longo, conhecido como diáfise e as 
extremidades dilatadas, que correspondem as epífises. 
    
 Entre a epífise de cada extremidade e a 
diáfise é mantida uma região de cartilagem, conhecida como cartilagem de
 crescimento, que possibilitará a ocorrência constante de ossificação 
endocondral, levando à formação de mais osso. Nesse processo, os 
osteoclastos desempenham papel importante. Eles efetuam constantemente a
 reabsorção de tecido ósseo, enquanto novo tecido ósseo é formado. 
 Os osteoclastos atuam como verdadeiros 
demolidores de osso, enquanto os osteoblastos exercem papel de 
construtores de mais osso. Nesse sentido, o processo de crescimento de 
um osso depende da ação conjunta de reabsorção de osso preexistente e da
 deposição de novo tecido ósseo. Considerando, por exemplo, o aumento de
 diâmentro de um osso longo, é preciso efetuar a reabsorção de camada 
interna da parede óssea, enquanto na parede externa deve ocorrer 
deposição de mais osso. 
    
 O crescimento ocorre até que se atinja 
determinada idade, a partir da qual a cartilagem de crescimento também 
sofre ossificação e o crescimento do osso em comprimento cessa. 
 Remodelação óssea 
Depois que o osso atinge seu tamanho e forma 
adultos, o tecido ósseo antigo é constantemente destruído e um novo 
tecido é formado em seu lugar, em um processo conhecido como 
remodelação. 
    
 A remodelação ocorre em diferentes 
velocidades nas várias partes do corpo. Por exemplo, a porção distal do 
fêmur é substituída a cada 4 meses; já os ossos da mão são completamente
 substituídos durante a vida inteira do indivíduo. A remodelação permite
 que os tecidos já gastos ou que tenham sofrido lesões sejam trocados 
por tecidos novos e sadios. Ela também permite que o osso sirva como 
reserva de cálcio para o corpo. 
    
 Em um adulto saudável, uma delicada 
homeostase (equilíbrio) é mantida entre a ação dos osteoclastos 
(reabsorção) durante a remoção de cálcio e a dos osteoblastos (aposição)
 durante a deposição de cálcio. Se muito cálcio for depositado, podem se
 formar calos ósseos ou esporas, causando interferências nos movimentos.
 Se muito cálcio for retirado, há o enfraquecimento dos ossos, 
tornando-os flexíveis e sujeitos a fraturas. 
 O crescimento e a remodelação normais dependem de vários fatores 
 
-  suficientes quantidades de cálcio e fósforo devem estar presentes na dieta alimentar do indivíduo; 
-  deve-se obter suficiente quantidade de vitaminas, principalmente vitamina D, que participa na absorção do cálcio ingerido; 
-  o corpo precisa produzir os hormônios responsáveis pela atividade do tecido ósseo: 
      
 - Hormônio de crescimento (somatotrofina): secretado pela hipófise, é responsável pelo crescimento dos ossos; 
    
 - Calcitonina: produzida pela tireoide, inibe a atividade osteoclástica e acelera a absorção de cálcio pelos ossos; 
    
 - Paratormônio:
 sintetizado pelas paratireoides, aumenta a atividade e o número de 
osteoclastos, elevando a taxa de cálcio na corrente sanguínea; 
    
- Hormônios sexuais: também estão envolvidos nesse processo, ajudando na atividade osteoblástica e promovendo o crescimento de novo tecido ósseo. 
    
 Com o envelhecimento, o sistema esquelético 
sofre a perda de cálcio. Ela começa geralmente aos 40 anos nas mulheres e
 continua até que 30% do cálcio nos ossos seja perdido, por volta dos 70
 anos. Nos homens, a perda não ocorre antes dos 60 anos. Essa condição é
 conhecida como osteoporose. 
    
 Outro efeito do envelhecimento é a redução 
da síntese de proteínas, o que diminui a produção da parte orgânica da 
matriz óssea. Como consequência, há um acúmulo de parte inorgânica da 
matriz. Em alguns indivíduos idosos, esse processo causa uma 
fragilização dos ossos, que se tornam mais susceptíveis a fraturas. 
    
 O uso de aparelhos ortodônticos é um exemplo
 de remodelação dos ossos, neste caso, resultando na remodelação da 
arcada dentária. 
    
 Os aparelhos exercem forças diferentes 
daquelas a que os dentes estão naturalmente submetidos. Nos pontos em 
que há pressão ocorre reabsorção óssea, enquanto no lado oposta há 
deposição de matriz. Assim, os dentes movem-se pelos ossos da arcada 
dentária e passam a ocupar a posição desejada. 
 Tecidos musculares 
Os tecidos musculares são de origem mesodérmica e
 relacionam-se com a locomoção e outros movimentos do corpo, como a 
contração dos órgãos do tubo digestório, do coração e das artérias. 
    
 As células dos tecidos musculares são alongadas e recebem o nome de fibras musculares ou miócitos. Em seu citoplasma, são ricas em dois tipos de filamento protéico: os de actina e os de miosina, responsáveis pela grande capacidade de contração e distensão dessas células. 
    
    
 Quando um músculo é estimulado a se 
contrair, os filamentos de actina deslizam entre os filamentos de 
miosina. A célula diminui em tamanho, caracterizando a contração. 
 Tipos de tecido muscular 
Há três tipos de tecido muscular: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso. Cada um deles tem características próprias, adequadas ao papel que desempenham no organismo. 
Tecido muscular estriado esquelético 
O tecido muscular estriado esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo dos vertebrados, formando o que se chama popularmente de carne. 
   
Essa musculatura recobre totalmente o 
esqueleto e está presa aos ossos, daí ser chamada de esquelética. Esse 
tipo de tecido apresenta contração voluntária (que depende da vontade do indivíduo). 
    
 Um músculo esquelético é um pacote de longas
 fibras. Cada uma delas é uma célula dotada de muitos núcleos, chamado 
miócitos multinucleados. Um fibra muscular pode medir vários centímetros
 de comprimento, por 50 mm de espessura. 
A célula muscular estriada apresenta, no seu citoplasma, pacotes de finíssimas fibras contráteis, as miofibrilas, dispostas longitudinalmente. Cada miofibrila corresponde a um conjunto de dois tipos principais de proteínas: as miosina, espessas, e as actinas,
 finas. Esses proteínas estão organizados de tal modo que originam 
bandas transversais, claras e escuras, características das células 
musculares estriadas, tanto as esqueléticas como as cardíacas.  
Os filamentos de miosina formam bandas escuras, chamadas anisotrópicas (banda A), e os de actina, bandas claras, chamadas isotrópicas (banda I). 
    
 No centro de cada banda I aparece uma linha mais escura, chamada linha Z.
 O intervalo entre duas linhas Z consecutivas constitui um miômetro ou 
sarcômero e correspondem à unidade contrátil da célula muscular. 
    
 No centro de cada banda A existe uma faixa mais clara, chamada banda H, bem visível nas células musculares relaxadas e que vai desaparecendo à medida que a contração muscular ocorre. 
Na contração muscular, os miofilamentos não 
diminuem de tamanho, mas os sarcômeros ficam mais curtos e toda a célula
 muscular se contrai. 
    
 O encurtamento dos sarcômeros ocorre em 
função do deslizamento dos miofilamentos finos sobre os grosso, havendo 
maior sobreposição entre eles: a banda I diminui de tamanho, pois os 
filamentos de actina deslizam sobre os de miosina, penetram na banda A e
 reduzem a largura da banda H. 
    
 A membrana plasmática da célula muscular estriada esquelética costuma ser chamada sarcolema (do grego, sarcos, carne). 
 Na contração muscular, os miofilamentos não 
diminuem de tamanho, mas os sarcômeros ficam mais curtos e toda a célula
 muscular se contrai. 
    
 O encurtamento dos sarcômeros ocorre em 
função do deslizamento dos miofilamentos finos sobre os grosso, havendo 
maior sobreposição entre eles: a banda I diminui de tamanho, pois os 
filamentos de actina deslizam sobre os de miosina, penetram na banda A e
 reduzem a largura da banda H. 
    
 A membrana plasmática da célula muscular estriada esquelética costuma ser chamada sarcolema (do grego, sarcos, carne). 
Tecido muscular estriado cardíaco 
Apresenta miócitos estriados com um ou dois 
núcleos centrais. Esse tecido ocorre apenas no coração e apresenta 
contração independente da vontade do indivíduo (contração involuntária).
 
No músculo cardíaco essa contração é vigorosa e rítmica. 
Essas células musculares são menores e 
ramificadas, intimamente unidas entre si por estruturas especializadas e
 típicas da musculatura cardíaca: os discos intercalares, que fazem a 
conexão elétrica entre todas as células do coração. Assim, se uma célula
 receber um estímulo suficientemente forte, ele é transmitido a todas as
 outras células e o coração como um todo se contrai. 
Essa transmissão do estímulo é feita por canais 
de passagem de água e íons entre as células, que facilita a difusão do 
sinal iônico entre uma célula e outra, determinando a onda rítmica de 
contração das células. Os discos intercalares possuem estruturas de 
adesão entre células que as mantêm unidas mesmo durante o vigoroso 
processo de contração da musculatura cardíaca. 
As células musculares cardíacas são capazes de 
auto-estimulação, não dependendo de um estímulo nervoso para iniciar a 
contração. As contrações rítmicas do coração são geradas e conduzidas 
por uma rede de células musculares cardíacas modificadas que se 
localizam logo abaixo do endocárdio, tecido que reveste internamente o 
coração. 
    
 Existem numerosas terminações nervosas no 
coração, mas o sistema nervoso atua apenas regulando o ritmo cardíaco às
 necessidades do organismo. 
Tecido muscular liso ou não-estriado 
As células musculares lisas não apresentam 
estriação transversal, característica das células musculares 
esqueléticas e cardíacas. 
   
A razão disso é que os filamentos de actina e 
miosina não se encontram alinhados ao longo do comprimento da célula. 
Acredita-se que eles estejam arranjados em espiral dentro da fibra 
muscular lisa. 
 Os miócitos se apresentam uninucleados e fusiformes, isto é, alongadas e
 coam as extremidades afiladas. Nessas células a contração é 
involuntária e lenta. Você pode decidir quando lavar as suas mãos, mas 
não controla conscientemente os movimentos de seu estômago ou a 
contração de seu coração. Ocorre nas artérias, sendo responsável por sua
 contração; ocorre também no esôfago, no estômago e nos intestinos, 
sendo responsável pelo peristaltismo (ou peristalse) nesses órgãos. Os 
movimentos peristálticos são contrações em ondas que deslocam o material
 alimentar dentro desses órgãos do sistema digestório. 
 Tecido nervoso 
Os seres vivos reagem aos estímulos ambientais. 
Mudanças nas condições do ambiente, tais como sons, choques, calor e 
frio, são percebidas pelo organismo, que reage adotando uma postura 
correspondente ao estímulo. 
Embora sejam os músculos que respondem aos 
estímulos, é o tecido nervoso o responsável por sua recepção e escolha 
da resposta adequada. 
    
 O tecido nervoso tem origem ectodérmica, 
nele a substância intercelular praticamente não existe. Os principais 
componentes celulares são os neurônios e as células da glia. 
    
 As células da glia ou neuroglia são vários tipos celulares relacionados com a sustentação e a nutrição dos neurônios, com a produção de mielina e com a fagocitose. 
    
 Os neurônios, ou células nervosas, têm a 
propriedade de receber e transmitir estímulos nervosos, permitindo ao 
organismo responder a alteração do meio. Os neurônios são alongados, 
podendo atingir, em alguns casos, cerca de 1 metro de comprimento, como 
nos neurônios que se estendem desde nossas costas até o pé. São células 
formadas por um corpo celular ou pericário, de onde partem dois tipos de
 prolongamento: dendritos e axônio. 
    
 Os dentritos são 
prolongamentos ramificados da célula especializados em receber 
estímulos, que também podem ser recebidos pelo corpo celular. O impulso 
nervoso é sempre transmitido no sentido dendrito – corpo – axônio. 
 O axônio é uma expansão celular fina, alongada e de 
diâmetro constante, com ramificações em sua porção final, de modo que o 
impulso pode ser transmitido simultaneamente a vários destinos. É uma 
estrutura especializada na transmissão de impulsos nervosos para outros 
neurônios ou para outros tipos celulares, como as células de órgãos 
efetores (musculares e glandulares).
Transmissão do impulso nervoso
Em um neurônio, os estímulos se propagam sempre 
no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos, seguem pelo corpo 
celular, percorrem o axônio e, da extremidade deste, são passados à 
célula seguinte (dendrito – corpo celular – axônio). 
O impulso nervoso que se propaga através do 
neurônio é de origem elétrica e resulta de alterações nas cargas 
elétricas das superfícies externa e interna da membrana celular. 
    
 A membrana de um neurônio em repouso 
apresenta-se com carga elétrica positiva do lado externo (voltado para 
fora da célula) e negativa do lado interno (em contato com o citoplasma 
da célula). Quando essa membrana se encontra em tal situação, diz-se que
 está polarizada. Essa diferença de cargas elétricas é mantida pela 
bomba de sódio e potássio. Assim separadas, as cargas elétricas 
estabelecem uma energia elétrica potencial através da membrana: o 
potencial de membrana ou potencial de repouso (diferença entre as cargas
 elétricas através da membrana). 
 Quando um estímulo químico, mecânico ou elétrico
 chega ao neurônio, pode ocorrera alteração da permeabilidade da 
membrana, permitindo grande entrada de sódio na célula e pequena saída 
de potássio dela. Com isso, ocorre uma inversão das cargas ao redor 
dessa membrana, que fica despolarizada gerando um potencial de ação. 
Essa despolarização propaga-se pelo neurônio caracterizando o impulso 
nervoso. 
    
 Imediatamente após a passagem do impulso, a 
membrana sofre repolarização, recuperando seu estado de repouso, e a 
transmissão do impulso cessa. 
    
 O estímulo que gera o impulso nervoso deve 
ser forte o suficiente, acima de determinado valor crítico, que varia 
entre os diferentes tipos de neurônios, para induzir a despolarização 
que transforma o potencial de repouso em potencial de ação. Esse é o 
estímulo limiar. Abaixo desse valor o estímulo só provoca alterações 
locais na membrana, que logo cessam e não desencadeiam o impulso 
nervoso. 
    
 Qualquer estímulo acima do limiar gera o 
mesmo potencial de ação que é transmitido ao longo do neurônio. Assim, 
não existe variação de intensidade de um impulso nervoso em função do 
aumento do estímulo; o neurônio obedece à regra do “tudo ou nada”. 
    
Dessa forma, a intensidade das sensações vai 
depender do número de neurônios despolarizados e da frequência de 
impulsos. Imagine uma queimadura no dedo. Quanto maior a área queimada, 
maior a dor, pois mais receptores serão estimulados e mais neurônios 
serão despolarizados. 
A transmissão do impulso nervoso de um neurônio a
 outro ou às células de órgãos efetores é realizada por meio de uma 
região de ligação especializada denominada sinapse. 
 O tipo mais comum de sinapse é a química, em que
 as membranas de duas células ficam separadas por um espaço chamado 
fenda sináptica.
    
 Na porção terminal do axônio, o impulso 
nervoso proporciona a liberação das vesículas que contêm mediadores 
químicos, denominados neuro-transmissores. Os mais comuns são 
acetilcolina e adrenalina. 
    
 Esses neurotransmissores caem na fenda 
sináptica e dão origem ao impulsos nervosos na célula seguinte. Logo a 
seguir, os neurotransmissores que estão na fenda sináptica são 
degradados por enzimas específicas, cessando seus efeitos. 
 
Transmissão do impulso nervoso
Em um neurônio, os estímulos se propagam sempre 
no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos, seguem pelo corpo 
celular, percorrem o axônio e, da extremidade deste, são passados à 
célula seguinte (dendrito – corpo celular – axônio). 
O impulso nervoso que se propaga através do 
neurônio é de origem elétrica e resulta de alterações nas cargas 
elétricas das superfícies externa e interna da membrana celular. 
    
 A membrana de um neurônio em repouso 
apresenta-se com carga elétrica positiva do lado externo (voltado para 
fora da célula) e negativa do lado interno (em contato com o citoplasma 
da célula). Quando essa membrana se encontra em tal situação, diz-se que
 está polarizada. Essa diferença de cargas elétricas é mantida pela 
bomba de sódio e potássio. Assim separadas, as cargas elétricas 
estabelecem uma energia elétrica potencial através da membrana: o 
potencial de membrana ou potencial de repouso (diferença entre as cargas
 elétricas através da membrana). 
Quando um estímulo químico, mecânico ou 
elétrico chega ao neurônio, pode ocorrera alteração da permeabilidade da
 membrana, permitindo grande entrada de sódio na célula e pequena saída 
de potássio dela. Com isso, ocorre uma inversão das cargas ao redor 
dessa membrana, que fica despolarizada gerando um potencial de ação. 
Essa despolarização propaga-se pelo neurônio caracterizando o impulso 
nervoso. 
    
 Imediatamente após a passagem do impulso, a 
membrana sofre repolarização, recuperando seu estado de repouso, e a 
transmissão do impulso cessa. 
    
 O estímulo que gera o impulso nervoso deve 
ser forte o suficiente, acima de determinado valor crítico, que varia 
entre os diferentes tipos de neurônios, para induzir a despolarização 
que transforma o potencial de repouso em potencial de ação. Esse é o 
estímulo limiar. Abaixo desse valor o estímulo só provoca alterações 
locais na membrana, que logo cessam e não desencadeiam o impulso 
nervoso. 
    
 Qualquer estímulo acima do limiar gera o 
mesmo potencial de ação que é transmitido ao longo do neurônio. Assim, 
não existe variação de intensidade de um impulso nervoso em função do 
aumento do estímulo; o neurônio obedece à regra do “tudo ou nada”. 
    
Dessa forma, a intensidade das sensações vai 
depender do número de neurônios despolarizados e da frequência de 
impulsos. Imagine uma queimadura no dedo. Quanto maior a área queimada, 
maior a dor, pois mais receptores serão estimulados e mais neurônios 
serão despolarizados. 
A transmissão do impulso nervoso de um 
neurônio a outro ou às células de órgãos efetores é realizada por meio 
de uma região de ligação especializada denominada sinapse. 
 O tipo mais comum de sinapse é a química, em que
 as membranas de duas células ficam separadas por um espaço chamado 
fenda sináptica.
    
 Na porção terminal do axônio, o impulso 
nervoso proporciona a liberação das vesículas que contêm mediadores 
químicos, denominados neuro-transmissores. Os mais comuns são 
acetilcolina e adrenalina. 
    
 Esses neurotransmissores caem na fenda 
sináptica e dão origem ao impulsos nervosos na célula seguinte. Logo a 
seguir, os neurotransmissores que estão na fenda sináptica são 
degradados por enzimas específicas, cessando seus efeitos. 
No sistema nervoso, verifica-se que os 
neurônios dispõem-se diferenciadamente de modo a dar origem a duas 
regiões com coloração distinta entre si e que podem ser notadas 
macroscopicamente: a substância cinzenta, onde estão os corpos 
celulares, e a substância branca, onde estão os axônios. No encéfalo 
(com exceção do bulbo) a substância cinzenta está localizada 
externamente em relação a substância branca, e na medula espinha e no 
bulbo ocorre o inverso. 
    
 Os nervos são conjuntos de fibras nervosas organizadas em feixes, unidos por tecidos conjuntivo denso. 
 Regeneração das fibras nervosas 
Assim com as células musculares do coração, os neurônios não se dividem mais depois de diferenciados. 
    
Desse modo, se forem destruídos, não são mais
 repostos. No entanto, os prolongamentos dos neurônios podem, dentro de 
certos limites, sofrer regeneração, desde que o corpo celular não tenha 
sido destruído. 
    
Quando um axônio é cortado acidentalmente, o 
que ocorre no caso de ferimentos na pele, a região que fica ligada ao 
corpo celular é chamada coto proximal, e a que fica separada é chamada 
coto distal. Este último degenera e é fagocitado pelos macrófagos, que 
limpam a região lesada. Já o coto próxima cresce e se ramifica. Ao mesmo
 tempo, células que formam a bainha de mielina do coto distal 
modificam-se e proliferam, originando colunas celulares que servirão de 
guia para os ramos que estão crescendo a partir do coto proximal. Quando
 um desses ramos penetra nessa coluna de células, ele regenera 
completamente o axônio. 
Quando o espaço entre o coto proximal e o 
distal é muito grande ou quando ocorre uma amputação, os ramos do coto 
proximal crescem desordenadamente, entrelaçam-se e formam uma estrutura 
muito sensível à dor, chamada neuroma de amputação. 
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