Vídeo viral de cachorro agredido até a morte foi feito nas Filipinas em 2011
Imagens foram feitas por casal preso em 2012, segundo a ONG Peta.
No Brasil, maus-tratos a animais rendem prisão de até um ano e multa.
O G1 recebeu via VC no G1
mensagens de 65 leitores sobre o vídeo entre a tarde da última
sexta-feira (4) e a noite do domingo (6). Os links que continham a
versão integral do vídeo foram bloqueados em sites como o YouTube, o que
dificulta a identificação da data de filmagem e publicação do conteúdo.
Segundo a Peta, o vídeo é datado de 2011 e ele ainda circula na
internet em versões mais curtas.
As imagens mostram jovens de feições orientais que chutam e pisoteiam um
filhote de cachorro. Vestindo shortinhos, as três fazem poses para
câmera, riem e chegam a pular sobre ele.
Este não é o primeiro vídeo antigo a ganhar repercussão recente nas redes. Na semana passada, imagens de um homem agredindo uma criança com socos, empurrões e tapas chocaram milhares de pessoas no Facebook e em outros sites. Especialistas consultados pelo G1 apontaram que a gravação foi registrada em dezembro de 2012 na Malásia.
Fetiche
As cenas das três jovens que viralizaram no Brasil fazem parte do
processo contra o casal filipino Vicente e Dorma Ridon, que aliciavam
garotas entre 12 e 18 anos para protagonizarem filmes de um fetiche
sexual nas Filipinas chamado de “crush”: com os pés, jovens maltratam
até a morte animais pequenos, como cachorros, gatos, coelhos e ratos.
“Os suspeitos e alegados mentores intelectuais da produção desses vídeos
de ‘crush’ , Vicente e Dorma Ridon, estão presos desde agosto de 2012.
Algumas das garotas dos filmes testemunharam contra os cônjuges”,
afirmou ao G1 Rochelle Regodon, diretora da organização
Peta na Ásia em entrevista por e-mail. A entidade ajudou a reunir
provas que levaram o casal Ridon à cadeia.
No Brasil, a Lei 9.605 tipifica maus-tratos aos animais como crime,
punido com prisão de 3 meses a 1 ano, além de multa. Se o animal morrer,
a pena pode aumentar. "É uma pena muito leve. Isso é convertido em
trabalho comunitário, a não ser que a pessoa tenha cometido outro
delito, já que a pena é menor de 2 anos”, diz George Guimarães,
presidente da ONG brasileira Veddas (Vegetarianismo Ético, Defesa dos
Direitos Animais e Sociedade). “Se fosse no Brasil, [as jovens] iriam
responder a um processo criminal, que iria acabar em cesta básica ou
algo do tipo.”
Do G1: São Paulo