sábado, 7 de março de 2020

Tricomonose Genital Bovina

A tricomonose genital bovina, também conhecida como tricomoníase bovina, é uma doença infecciosa sexualmente transmissível causada pelo protozoário Tritrichomonas foetus que habita o trato genital dos bovinos.

Mesmo estando erradicada em diversos países que utilizam a inseminação artificial de modo intenso, nos locais onde o controle sanitário não é eficaz, a tricomoníase ocorre endemicamente. Por acarretar diversos problemas reprodutivos, esta doença é responsável por grandes prejuízos econômicos na pecuária.

Tritrichomonas foetus é classificado taxonomicamente como pertencente ao filo Sarcomastigophora, classe Zoomastigophora, ordem Trichomonadidae e gênero Tritrichomonas. Este agente tem como hospedeiros naturais os bovinos, no entanto já foi constatada sua presença em suínos e camelos. Este protozoário vive em ambiente anaeróbico ou microaeróbico, sendo muito sensível ao calor, aos raios ultravioletas e aos desinfetantes comuns, no entanto, sobrevive ao congelamento. No meio ambiente, este parasito sobrevive por poucos dias.

Transmissão


Sua transmissão se dá através do sêmen de um touro infectado para uma fêmea sadia, ou vice-versa, através da monta natural ou da inseminação artificial. Existe também a transmissão não venérea, em menor porcentagem, que pode ser através de fômites, cama, vagina artificial e instrumentos obstétricos fato que poderia justificar a existência de novilhas virgens contaminadas.

Após o patógeno entrar no organismo do animal, dentro de 15 dias todo o trato genital já está contaminado, multiplicando-se de forma intensa na vagina, posteriormente alcança as pregas da cervix, levando a uma vaginite moderada com descarga mucopurulenta, discreta endometrite e infertilidade transitória, que pode evoluir para piometrite, salpingite e cervicite.

Entre a 14° e o 18° o número de protozoários é muito grande. Entre seis a oito semanas, ocorre a resposta inflamatória do útero, sendo esta a provável causa da morte do feto. O aborto, na maioria das vezes, se concentra nas primeiras semanas de prenhez, podendo ir até o 5° mês. Quando não há a invasão do útero pelos protozoários, a gestação segue normal. Nos casos de invasão do útero, multiplica-se nas membranas fetais, levando à uma placentite, desprendimento e morte do embrião.

Já  nos machos, o parasito é encontrado no pênis, na cavidade prepucial, e, algumas vezes, no orifício uretral. No entanto, normalmente os machos não apresentam evidências macroscópicas da infecção, permanecendo como portadores por toda a vida, já que em touros velhos, a infecção torna-se crônica, provavelmente devido ao aumento do número e da profundidade das vilosidades do epitélio prepucial desses animais.

Sinais Clínicos


Os sinais clínicos apresentados pelas fêmeas acometidas são: repetição de cio, aborto (mais freqüentemente até os 5 meses de gestação), descargas uterinas ou vaginais e piometrites associadas com anestro. Raramente os touros apresentam algum sinal clínico da infecção, mas quando isso acontece, pode haver a presença de uma discreta balanopostite.

Diagnóstico


O diagnóstico é feito com base no histórico reprodutivo do rebanho e no isolamento e identificação do T. foetus em amostras de placenta, feto, secreções uterinas ou vaginas, esmegma ou sêmen dos animais suspeitos. Dentre os exames laboratoriais que podem ser realizados estão: exame direto (30% de sensibilidade), cultivo celular (sensibilidade de 87 a 97%) e isolamento do protozoário, sendo os dois últimos os mais eficazes. Testes sorológicos, como imunofluorescência e ELISA, apresentam limitações, principalmente pela existência da possibilidade de ocorrer reações cruzadas com outras doenças.

As fêmeas acometidas são capazes de eliminar a infecção sem necessidade de tratamento terapêutico, sendo necessária a realização de um repouso sexual de 90 dias e com involução uterina normal. As fêmeas que apresentarem piometrite pós-coital necessitam de cuidados adequados, para não se tornarem permanentemente estéreis. O tratamento dos touros tem sido proposto como medida preventiva para a erradicação da enfermidade, mas ainda não existe nenhuma droga eficaz aprovada para o tratamento de machos e fêmeas infectados.

Tratamento


Existem duas formas distintas de tratamento nos machos: a tópica, na membrana prepucial e no pênis, e a oral. No entanto, esses são muito trabalhosos e apresentam efeitos colaterais indesejáveis.

As principais medidas de controle são a adoção da inseminação artificial e o repouso sexual de 90 dias para as fêmeas. Existem vacinas comerciais contendo T. foetus mortos, que tem demonstrado significativa redução do aborto quando as vacas entram em contato com o patógeno em questão.

Fontes:
http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/download.php?arq_pdf=DOC54
http://www.camposecarrer.com.br/reproducao/Tricomonosebovina.doc
http://www.vallee.com.br/doencas.php/1/61
http://www.agronline.com.br/artigos/artigo.php?id=417
http://www.limousin.com.br/pages/artigos/vendo.asp?ID=61

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quarta-feira, 4 de março de 2020

Doença de Chagas: O que é, causas, sintomas, tratamento e prevenção !

Doença de Chagas é uma inflamação causada por um parasita encontrado em fezes de insetos. É bastante comum em países da América do Sul, América Central e no México. Alguns casos da doença já foram identificados nos Estados Unidos também.


A Doença de Chagas também é conhecida como tripanossomíase americana e chaguismo. Recebeu esse nome graças ao seu descobridor, o médico brasileiro Carlos Chagas – indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia.

No Brasil, cerca de três milhões de pessoas estão infectadas com a Doença de Chagas. A boa notícia é que esse número corresponde somente a pessoas que foram infectadas no passado e que continuam com o tratamento da doença. Em 2006, o Brasil recebeu o certificado internacional de interrupção da transmissão da doença. Isso se deu graças a ações sistematizadas e bem-sucedidas de controle químico instituídas a partir de 1975, época em que a área endêmica da Doença de Chagas cobria 18 estados nacionais e mais de 2.200 municípios. Hoje, a transmissão da doença não se dá mais por meio do contato direto do parasita, mas principalmente pelo contato indireto – por meio da ingestão de alimentos contaminados com fezes do parasita ou com o inseto que contenha este parasita, por exemplo.

 Hospedeiros:
Homem, animais domésticos e silvestres.

Principais vetores:

Trypanosoma Cruzi


A Doença de Chagas é transmitida pelo Trypanosoma cruzi, um parasita da mesma família do tripanosoma africano, responsável pela doença do sono. Suas formas evolutivas são: tripomastigota (forma de C), amastigota e epimastigota (hospedeiro invertebrado). O parasita pode ser encontrado nas fezes de alguns insetos, principalmente um conhecido como barbeiro, e é um dos maiores problemas de saúde na América do Sul, América Central e também do México. Devido à imigração, a doença também afeta pessoas em outros continentes atualmente.

É possível contaminar-se também com a doença a partir da ingestão de alimentos crus e contaminados com fezes do parasita, da transfusão de sangue ou transplantes de órgãos contaminados com a doença, do contato direto com o parasita e com outros animais que estejam infectados. A Doença de Chagas também pode ser congênita, no caso de mães infectadas que transmitem esse mal para o filho durante a gravidez.

Fatores de risco 


Os principais fatores de risco para a doença de Chagas são:

 Habitar em uma cabana onde insetos transmissores vivam nas paredes
  • Morar na América do Sul, América Central ou no México
  • Viver sob condições extremas de pobreza
  • Receber transfusão de sangue ou um transplante de órgão de uma pessoa portadora do parasita, mas que não tenha manifestado a Doença de Chagas.
Importante: não é comum que turistas contraiam a doença em meio à sua viagem por uma das áreas consideradas de risco, justamente porque eles costumam hospedar-se em hotéis e não têm contato com o parasita. No entanto, pessoas que viajam para a região Norte do Brasil devem tomar cuidado ao ingerir alimentos como caldo de cana e açaí, pois em alguns casos o parasita pode ter sido moído juntamente com as plantas que dão origem a esses alimentos.

Sintomas de Doença de Chagas 


A doença de Chagas tem dois estágios: agudo e crônico. A fase aguda pode apresentar sintomas moderados ou nenhum sintoma. Entre os principais sintomas estão:

  • Febre
  • Mal-estar
  • Inchaço de um olho
  • Inchaço e vermelhidão no local da picada do inseto
  • Fadiga
  • Irritação sobre a pele
  • Dores no corpo
  • Dor de cabeça
  • Náusea, diarreia ou vômito
  • Surgimento de nódulos
  • Aumento do tamanho do fígado e do baço.

Os sintomas deste estágio da Doença de Chagas podem desaparecer sozinhos. Se eles persistirem e não forem tratados, a doença pode evoluir para sua fase crônica, mas somente após a fase de remissão. Podem-se passar anos até que outros sintomas apareçam. Quando os sintomas finalmente se desenvolverem, eles podem incluir:
  • Constipação
  • Problemas digestivos
  • Dor no abdômen
  • Dificuldades para engolir
  • Batimentos cardíacos irregulares

Como a doença de chagas é transmitida?

 
 As principais formas de transmissão da doença de chagas são:
  • Vetorial: contato com fezes de triatomíneos infectados, após picada/repasto (os triatomíneos são insetos popularmente conhecidos como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo).
  • Transplante de Órgãos.
  • Leite Materno
  • Oral: ingestão de alimentos contaminados com parasitos provenientes de triatomíneos infectados.
  • Vertical: ocorre pela passagem de parasitos de mulheres infectadas por T. cruzi para seus bebês durante a gravidez ou o parto.
  • Transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptores sadios.
  • Acidental: pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado durante manipulação em laboratório ou na manipulação de caça.
     
O período de incubação da Doença de Chagas, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é dividido da seguinte forma:
  • Transmissão vetorial – de 4 a 15 dias.
  • Transmissão transfusional/transplante – de 30 a 40 dias ou mais.
  • Transmissão oral – de 3 a 22 dias.
  • Transmissão acidental – até, aproximadamente, 20 dias.

Como prevenir a Doença de Chagas?


A prevenção da doença de Chagas está intimamente relacionada à forma de transmissão.

Uma das formas de controle é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro das residências, por meio da utilização de inseticidas residuais por equipe técnica habilitada.

Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, podem-se usar mosquiteiros ou telas metálicas.

Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc.) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata.

Como diagnosticar a Doença de Chagas?


Na fase aguda da doença de Chagas, o diagnóstico se baseia na presença de febre prolongada (mais de 7 dias) e outros sinais e sintomas sugestivos da doença, como fraqueza intensa e inchaço no rosto e pernas, e na presença de fatores epidemiológicos compatíveis, como a ocorrência de surtos (identificação entre familiares/contatos).

Já na fase crônica, a suspeita diagnóstica é baseada nos achados clínicos e na história epidemiológica, porém ressalta-se que parte dos casos não apresenta sintomas, devendo ser considerados os seguintes contextos de risco e vulnerabilidade:
  • Ter residido, ou residir, em área com relato de presença de vetor transmissor (barbeiro) da doença de Chagas ou ainda com reservatórios animais (silvestres ou domésticos) com registro de infecção por T. cruzi;
  • Ter residido ou residir em habitação onde possa ter ocorrido o convívio com vetor transmissor (principalmente casas de estuque, taipa, sapê, pau-a-pique, madeira, entre outros modos de construção que permitam a colonização por triatomíneos);
  • Residir ou ser procedente de área com registro de transmissão ativa de T. cruzi ou com histórico epidemiológico sugestivo da ocorrência da transmissão da doença no passado;
  • Ter realizado transfusão de sangue ou hemocomponentes antes de 1992;
  • Ter familiares ou pessoas do convívio habitual ou rede social que tenham diagnóstico de doença de Chagas, em especial ser filho (a) de mãe com infecção comprovada por T. cruzi.
Mas para saber em que fase a doença está exatamente, outros exames deverão ser solicitados. Entre eles estão:
  • Eletrocardiograma (ECG)
  • Raio-X do tórax e do abdômen
  • Ecocardiograma
  • Endoscopia superior

Qual é o tratamento para Doença de Chagas?


O tratamento da doença de chagas deve ser indicado por um médico, após a confirmação da doença. O remédio, chamado benznidazol, é fornecido pelo Ministério da Saúde, gratuitamente, mediante solicitação das Secretarias Estaduais de Saúde e deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença aguda assim que ela for identificada. 

Para as pessoas na fase crônica, a indicação desse medicamento depende da forma clínica e deve ser avaliada caso a caso.

Em casos de intolerância ou que não respondam ao tratamento com benznidazol, o Ministério da Saúde disponibiliza o nifurtimox como alternativa de tratamento, conforme indicações estabelecidas em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas.

Independente da indicação do tratamento com benznidazol ou nifurtimox, as pessoas na forma cardíaca e/ou digestiva devem ser acompanhadas e receberem o tratamento adequado para as complicações existentes.


Complicações possíveis 


Se a Doença de Chagas evoluir da fase aguda para a fase crônica, diversos problemas cardíacos e digestivos podem ser desencadeados, como:
  • Insuficiência cardíaca
  • Aumento do tamanho do esôfago (megaesôfago)
  • Aumento do tamanho do cólon (megacólon)
  • Cardiomiopatia
  • Desnutrição

Doença de Chagas tem cura? 


Cerca de 30% das pessoas infectadas que não se tratarem desenvolverão a fase crônica da Doença de Chagas. Pode levar mais de 20 anos desde o momento inicial da infecção até o desenvolvimento de problemas cardíacos ou digestivos características da fase sintomática da doença.

Alterações no batimento cardíaco (arritmia e taquicardia ventricular, por exemplo) podem causar morte súbita. No entanto, essa complicação geralmente ocorre vários anos depois do desenvolvimento da insuficiência cardíaca.


Prevenção 


Controle de insetos com inseticidas e habitações com menos propensão de ter populações de insetos ajudam a controlar a disseminação da doença. Ainda não existe uma vacina disponível para a prevenção da Doença de Chagas.

Os bancos de sangue na América Central e do Sul agora realizam testes em doadores para verificar a exposição ao parasita. Quando o resultado do teste é positivo, o sangue é descartado.


Viajantes - Doença de Chagas


É considerado caso suspeito de Doença de Chagas o viajante que tenha ingerido alimento suspeito contaminado por T. cruzi ou visitado área com presença de triatomíneos e apresente febre prolongada (superior a 7 dias), acompanhado de pelo menos um dos seguintes sinais:
  • Edema de face ou de membros.
  • Exantema.
  • Adenomegalia.
  • Hepatomegalia.
  • Esplenomegalia.
  • Cardiopatia aguda (taquicardia, sinais de insuficiência cardíaca).
  • Manifestações hemorrágicas.
  • Sinal de Romaña ou chagoma de inoculação.
Fontes:
 Sociedade Brasileira de Infectologia
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/doenca-de-chagas
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doenca-de-chagas

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domingo, 1 de março de 2020

Mastite Bovina: Entenda sobre a doença e seu tratamento.

A mastite bovina ou mamite é uma das principais doenças de rebanhos leiteiros. Apresenta impacto econômico devido à queda na produção e qualidade do leite, descarte de vacas por perda de quarto(s) mamário(s) e, consequentemente, maior custo de produção. Além disso, tem importância quanto à saúde pública, devido a bactérias que podem ser perigosas à saúde humana.

O que é mastite bovina ? 


mastite bovina, também conhecida como mamite, é uma inflamação das glândulas mamárias, causada por bactérias, fungos, algas e vírus. Ela acontece pela interação entre os micro-organismos, o ambiente, somados a ações de possíveis erro de manejo. Ao passo que todos esses elementos somados, criam condições favoráveis à contaminação da glândula mamária e o desenvolvimento da doença. Não apenas, alguns dados apontam que essa enfermidade atinge cerca de 20 a 38% do rebanho brasileiro, ocasionando uma perda de 12 a 15% da produção leiteira.

A doença é uma das que mais acometem a pecuária leiteira. Causando prejuízos à atividade seja pela redução da quantidade e qualidade do leite do produzido, perda de quartos mamários, consequentemente maior custo de produção, descarte precoce ou morte do animal. Além das perdas, a enfermidade pode representar riscos à saúde pública devido à eliminação de microrganismos, bactérias e toxinas no leite consumido, que podem ser perigosas.

Diante disso, o controle eficiente da mastite bovina se torna algo imprescindível na pecuária leiteira. Não apenas, para garantir a rentabilidade do sistema, uma vez que a enfermidade é considerada como uma das maiores causas de prejuízos para a produção leiteira mundial. Como também, para assegurar a sanidade do rebanho.

Formas de Mastite Bovina


A mastite bovina pode ser classificada de três formas:

#1 Mastites Clínicas 

Quando há evidências claras de sinais inflamatórios e alterações na secreção do leite, tanto no aspecto quanto à quantidade. Nesses casos, os animais apresentam indicações como a presença de grumos, aspecto aquoso do leite, perda de apetite, queda de produção, fraqueza, presença de calor no local, pus, edema e perda de função do órgão afetado.

#2 Mastites subclínicas

Ela age silenciosamente, pois não há alterações visíveis a olho nu. Decerto, é o tipo  de mastite bovina que mais está presente nos rebanhos brasileiros. E mais, como sua detecção só é possível por meio de testes ou análise do leite, faz com que os produtores demorem a procurar por ajuda. Esse tipo acaba sendo responsável por cerca de 70% das perdas, e pode diminuir a produção de leite em até 45%. 

#3 Crônica
 
É a manutenção da mastite subclínica ou a alternância com a forma clínica da doença. Neste tipo, é comum a perda definitiva da função do quarto mamário devido à fibrose tecidual. Os animais acometidos por esse tipo devem ser eliminados, pois são portadores e fontes de contaminação para os demais.


Como identificar a doença?


Quando se trata do diagnóstico da mastite, precisamos primeiro entender que os patógenos causadores podem ser classificados em dois grupos, confira:

Ambientais: são dissipados nos utensílios, água, esterco ou solo. Eles encontram condições adequadas no interior do úbere das vacas e provocam os casos mais sérios da enfermidade. Os principais microorganismos causadores da doença são: Escherichia coli e  Enterobacter spp. (coliformes fecais), Streptococcus spp., fungos, leveduras e algas.

Contagiosos: nesse tipo, a principal fonte de contaminação são os canais do teto infectados ou os próprios úberes. Então, nesse quadro infectado, uma vaca transmite à outra durante a ordenha. Os principais microrganismos causadores de mastites contagiosas (infecciosas) são: Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae e Mycoplasma bovis.
É importante que você, produtor rural, entenda que o diagnóstico deve ocorrer o mais rápido possível, visto que a mastite pode ser transmitida entre vacas. A confirmação da doença, é possível por meio de três testes:
  • teste da caneca de fundo preto;
  • califórnia Mastite Teste (CMT);
  • contagem de células somáticas (CCS).
Como a mastite bovina é uma doença causada por um conjunto de fatores: microrganismos, ambiente e vacas, juntamente a possíveis erros de manejo que propiciam a contaminação da glândula mamária. Os sinais clínicos são diversos, as vacas com a forma clínica da doença apresentam alguns indícios, tais como:
  • febre
  • falta de apetite
  • redução da produção
  • leite com coágulos ou pus
  • inchaço ou vermelhidão nas mamas
Já em casos subclínicos, como você já viu nesse artigo, as alterações não são visuais. Então, a confirmação da doença deve ser realizada através do exame clínico.


Teste da caneca de fundo preto:

mastite em bovinosDeve ser realizado diariamente antes de cada ordenha. Nas fazendas em que são feitas duas ordenhas por dia, o teste também deve ser realizado duas vezes ao dia

É simples, de baixo custo e permite a detecção da mastite clínica. Com isso, o produtor conseguirá começar o tratamento ainda no início da doença.

Para realizar o teste, basta ordenhar os três primeiros jatos de leite de cada teto na caneca de fundo preto e observar se há presença de grumos, pus ou mudança de coloração.

Califórnia Mastite Teste (CMT):

O CMT deve ser realizado pelo menos uma vez por mês. É um teste utilizado para detecção de mastite subclínica e como indicador direto da contagem de células somáticas (CCS) do leite. 

O leite deve ser misturado ao reagente na proporção de 1:1. Por exemplo: 2 mL de leite e 2 mL de reagente. No Brasil, a interpretação mais comum do CMT considera cinco escores:
  1. Negativo, ou seja, com ausência de geleificação (-);
  2. Reação suspeita ou traços, com geleificação suave (T);
  3. Reação positiva fraca, com geleificação suave-moderada (+);
  4. Reação positiva com geleificação moderada (++); e
  5. Reação fortemente positiva, ou seja, com geleificação intensa (+++).
Simplificando, quando mais gelatinoso, maior a intensidade da reação. 
Contagem de Células Somáticas (CCS):

A CCS é realizada por laboratório especializado, credenciado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio de exames em aparelhos eletrônicos. Geralmente, os laticínios coletam amostras de leite do tanque resfriador para realização da CCS, pois este é um dos critérios para remuneração por qualidade do leite. 

Além da análise do leite no tanque resfriador, alguns laboratórios fazem a análise do leite de cada vaca. Esses dados são interessantes para o produtor pois é possível ver quais vacas impactam mais negativamente na CCS total

Dicas infalíveis para prevenção da mastite bovina


 Para evitar a mastite na sua propriedade, basta seguir essas 4 dicas:

  1. Proporcione uma cama limpa seca para as vacas;
  2. Se preocupe insistentemente com os métodos de ordenha;
  3. Assegure que os animais de seu rebanho não fiquem estressados;
  4. Tenha uma equipe empenhada que lute também no combate à doença.

Muitos produtores ainda não se atentam para tratar as vacas no momento da secagem, que é um método preventivo para atuar antes que o quadro seja mais severo. Além disso, algumas medidas simples de higienização dos equipamentos e dos tetos no momento da ordenha podem ajudar muito na prevenção da enfermidade.


Um conjunto de medidas junto ao rebanho leiteiro, pode ajudar no controle da mastite bovina. Como por exemplo, a realização constante de testes clínicos que apontem a presença da doença, desinfecção dos tetos antes da ordenha e após realizar a secagem deles com papel toalha.


Para evitar a transmissão da enfermidade, também é recomendável seguir o protocolo da linha de ordenha, utilizando como base o resultado dos exames. As vacas sem a doença devem ser ordenhadas primeiro, em seguida as que possuem a doença em sua forma subclínica e, por último, os animais com mastite clínica.


Como a alimentação ajuda a prevenir a doença?


Há uma clara relação entre o manejo nutricional e a ocorrência de mastite. Pois, quando o rebanho leiteiro está bem nutrido, a sua resistência a bactérias, patógenos infecciosos e fungos é bem maior. Clique no link abaixo e aprofunde seus conhecimentos no manejo nutricional e intensifique a prevenção da doença no seu rebanho:


Linha de ordenha: 

Recomenda-se que o produtor elabore (ou peça a ajuda de um profissional capacitado para elaborar) a linha de ordenha, ou seja, defina quais vacas serão ordenhadas primeiro.
Essa estratégia simples e sem custo permite a diminuição da transmissão da doença, da taxa de novas infecções e da prevalência da mastite no rebanho.
O primeiro grupo de vacas a ser ordenhado é o sadio e depois o doente. Além disto, o produtor pode se atender à ordem de lactação.  

Como montar a linha de ordenha:
  1. Vacas primíparas que nunca tiveram mastite;
  2. Vacas multíparas que nunca tiveram mastite;
  3. Vacas que já apresentaram mastite e foram curadas;
  4. Vacas com mastite subclínica;
  5. E sempre por último, vacas com mastite clínica. Essas vacas devem ser ordenhadas em latão separado e o leite descartado.
Pós-dipping:

O pós-dipping (desinfecção dos tetos após a ordenha) é um método de prevenção que deve fazer parte da rotina de ordenha, pois previne a entrada de microrganismos no úbere. 

Os produtos pós-dipping agem “fechando” temporariamente o esfíncter (abertura) do teto, que após a ordenha fica “aberto” por cerca de 1h30min. 


Tratamentos para mastite bovina:

A mastite clínica deve ser sempre tratada, enquanto a mastite subclínica pode aguardar o período seco para o tratamento.

Antes do início do tratamento da mastite, deve ser realizado o teste de cultivo, isolamento e antibiograma para identificar qual o agente envolvido. Dessa forma, obtêm-se resultados melhores,  redução de custos com tratamentos pouco eficientes e o problema é controlado mais rápido. A utilização de antimicrobianos/ antibióticos deve ser feita corretamente, de acordo com a recomendação profissional. Busque sempre a assessoria de um profissional qualificado.

Ao diagnosticar uma vaca com mastite, por muitas vezes é necessário realizar a secagem dela. Esse procedimento tem como objetivo recuperar a sanidade da glândula mamária para a próxima lactação. 


Após identificar o agente causador da doença, o médico veterinário, indicará  antibióticos intramamários, que devem ser administrados preferencialmente no período seco. Já o produtor, será responsável por realizar a limpeza constante das mamas e dos equipamentos utilizados para a ordenha.


As vacas com mastite crônica devem ser isoladas do restante do rebanho e seu leite descartado durante todo o período do tratamento. Elas devem ser acompanhados durante as duas primeiras semanas pós tratamento.

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sábado, 8 de fevereiro de 2020

Como ajudar um animal abandonado

A presença de animais abandonados nas ruas é uma triste realidade no nosso país. Isso significa que milhares de animais estão sujeitos todos os dias a maus-tratos, doenças, fome e atropelamentos, além de abrigos superlotados que não conseguem mais dar conta de receber e cuidar destas vidas. Muitas pessoas buscam ajudar animais carentes, porém não sabem como fazê-lo ou acham que será algo caro.
 
Por enquanto, o governo não tem participação relevante neste problema, portanto, esta situação torna-se uma preocupação da sociedade em geral. Se cada pessoa fizer um pouco, as condições destes animais e dos abrigos poderão ser muito melhores!

Em todas as cidades existem diversos cães e gatos abandonados e abrigos super lotados que não conseguem mais dar conta de receber e cuidar destas vidas. O governo não tem participação relevante neste problema, portanto, esta situação deveria ser uma preocupação da sociedade em geral. Se cada pessoa fizer um pouco, as condições destes animais e dos abrigos poderá ser muito melhor!

Um cachorro sadio abrigado em uma casa pode viver em média 17 anos. Nas ruas, essa expectativa de vida chega a ser três vezes menor.  Os perigos são muitos. Sozinhos e sem proteção, eles estão sujeitos a atropelamentos, agressões, doenças e envenenamento.

O trabalho voluntário de protetores independentes tenta amenizar esse problema em diversas cidades do país, porém eles estão, em sua maioria, com abrigos superlotados e acumulando dívidas em casas de ração e clínicas veterinárias.

Nas ONGs a maioria dos pedidos é de descarte de animais. Tutores que desistem dos seus animais e também pessoas que encontram cães na rua e não sabem o que fazer, pensam que ONG é um órgão de recolhimento de animais e acreditam que elas tem obrigação de recolher e falta entendimento de que pessoas ligadas à causa, os chamados protetores, são pessoas comuns que trabalham, estudam, pagam contas e que, muitas vezes, mesmo sem dinheiro e sem tempo, se sensibilizam com o sofrimento de um animal e arregaçam a manga para ajudar. Algo que, na realidade, qualquer um pode fazer.

Quer saber como ajudar um animal de rua? Conheça as diversas formas e faça a sua parte também!

Adote um animal de abrigo


Conheça o abrigo de sua cidade, escolha um cãozinho ou gatinho e dê um lar para ele! A maioria dos animais de rua morrem sem saber o que é ter uma casa e um melhor amigo que cuide dele e dê carinho.

Resgate e adote um animal das ruas


Encontrou um animal em condições ruins na rua? Resgate-o. Leve ao veterinário, dê um lar, comida, água e cuidados. Ele será eternamente grato a você, pois você salvou uma vida!

Não pode adotar ?  Dê um Lar Temporário


Com abrigos e ruas cheios de animais abandonados, não restam muitas soluções para eles. Portanto, se você tem um espaço bacana na sua casa, pode proporcionar um Lar Temporário (LT) para um cão ou gato. Ele pode ficar por um tempo em sua casa até encontrar uma pessoa que o adote permanentemente. Lar Temporário é muito melhor que um abrigo!

Essa é uma das ajudas mais necessárias. Nas redes sociais de protetores é comum ver as pessoas pedindo por um LT (lar temporário). Acontece que quem resgata um animal em situação de abandono ou ferido, muitas vezes, não tem onde deixá-lo e acaba precisando de um lugar para mantê-lo durante o tratamento e/ou até que ele seja adotado.

O lar temporário entra nessa hora. A pessoa disposta a ajudar oferece um lugar em sua casa para abrigar o cãozinho ou gato por alguns dias ou meses. Pode ser somente o tempo de o animal terminar o tratamento médico, se recuperar de uma castração ou tomar todas as vacinas. O período é sempre acordado com a pessoa responsável pelo cão ou gato.

É importante dizer que quem recebe o animal em casa precisa ter tempo, disposição e um mínimo de estrutura, principalmente se essa pessoa já tem outros animais em casa. E tem uma razão: quando um animal chega da rua precisa ficar em quarentena até que o tutor provisório ou protetor se certifique de que ele pode entrar em contato com outros cães sadios.

Existem dois tipos de lar temporário: o pago e o solidário. No primeiro, quem oferece LT recebe um valor do protetor. Já no segundo caso, a pessoa recebe o animal por amor, sem cobrar nada. O gasto com ração, medicamentos e areia (no caso de gatos) pode ser bancado por quem resgatou ou ser assumido por quem abre a casa para o animal. Isso é acordado entre o protetor e a pessoa que acolhe.
 

Não pode dar Lar Temporário (LT)? Apadrinhe uma vida


Para aproximar as pessoas que querem ajudar animais carentes, existe o sistema de apadrinhamento, onde a pessoa escolhe uma vida do abrigo e se responsabiliza por suas despesas mensalmente, com recursos para compra de ração, água, medicamentos, vermífugos, antipulgas, etc. É muito legal também fazer visitas frequentes ao animal, pois ele precisa de contato humano e atenção.

Não pode apadrinhar uma vida ?  Faça doações.


Os abrigos de animais abandonados sobrevivem com recursos financeiros de doações. Portanto, todo mês é uma luta para conseguir valores suficientes para compra de ração, medicamentos e reparos em canis, além de outras necessidades.

Qualquer quantia em dinheiro é extremamente útil aos abrigos. E há também quem prefira doar produtos e itens de primeira necessidade, o que também é muito bem-vindo, como: ração, medicamentos, vermífugos, antipulgas, jornais, caixas de papelão, petiscos, brinquedos, casinhas, caminhas, toalhas velhas em bom estado, materiais de limpeza, inseticidas e alguns materiais de construção para a estrutura física.

Não pode fazer doações ?  Participe voluntariamente.


Assim como os abrigos sobrevivem através de doações, existem pessoas de bom coração que ajudam com serviços manuais e mão-de-obra voluntários. 

Há muitas formas de ajudar: realizando eventos solidários para arrecadação de dinheiro, organizando feirinhas de adoção, fazendo mutirão de limpeza do abrigo e banho e tosa nos animais, aplicando vacinas, recebendo doações de ítens, ajudando na divulgação do abrigo, conscientizando a população sobre abandono, maus tratos e castração, ou simplesmente indo ao abrigo para brincar e dar atenção aos cães e gatos, o que é uma experiência incrível e muito prazerosa, pois o amor recebido pelos animais é verdadeiro e emocionante.

Não pode participar voluntariamente ?  Divulgue, compartilhe e conscientize !


Os abrigos costumam fazer bastante divulgação para conseguir doações e pessoas que adotem seus animais, para que possam oferecer um lar de verdade para cães e gatos. Eles também possuem uma necessidade de conscientizar a sociedade sobre os crimes de maus-tratos e abandono e a importância da castração, que é uma solução para a diminuição de animais na rua, mas muitas pessoas não têm consciência disso.

Procure os abrigos da sua cidade pela internet e Facebook e ajude-os compartilhando as mensagens, os eventos solidários e as fotos de animais para adoção. Apoie-os de alguma forma, pois todo tipo de ajuda é extremamente bem-vindo!


Divulgação nas redes sociais


Outra forma bem simples, mas que ajuda muito, tanto um animal que está em um abrigo quanto um de rua, é a divulgação. Ao compartilhar as fotos e a história dele em suas redes sociais, você amplia as chances de encontrar um adotante. É um trabalho fácil, que todos podem fazer, sem nenhum custo.


Castrar um animal de rua


A castração é uma das formas mais importantes de reduzir o número de animais de rua. Para se ter uma ideia, em seis anos, uma cadela não castrada pode gerar 64 mil descendentes e uma gata, 420 mil em apenas sete anos, segundo dados divulgados pelos CCZs (Centro de Controle de Zoonoses) das cidades.


Em diversas cidades, há programas de castração gratuita permanente. Em São Paulo, por exemplo, todo munícipe pode castrar até 10 animais sem custo algum. Basta fazer um cadastro, aguardar datas de castração e levar o animal no dia marcado.

Ração de presente de aniversário


Outra forma bem interessante de ajudar os animais é pedir, no lugar de um presente comum, ração para cães e gatos. Dessa forma, além de ajudar os animais, você também estará levando uma mensagem de conscientização para o seu grupo de amigos e dando uma oportunidade para que cada vez mais pessoas se envolvam em uma ação social.

Alimentar animais de rua.

 

Quantas vezes você já cruzou com um cãozinho ou gatinho faminto na rua? Andar com saquinhos de ração sempre na bolsa, mochila ou no carro é uma ótima forma de aliviar a fome desse animalzinho. Sempre que possível, ofereça também água fresca.

 

Doações


Também é uma ideia muito útil deixar pago em um pet shop ou clínica uma tosa, um banho ou uma consulta veterinária para uma ONG ou protetor de sua confiança.

Se você não pode ter gastos por agora, que tal realizar grupos de arrecadação de brinquedos, caminhas e ração? Ou ainda fazer rifas para arrecadar verba para os cuidados dos animais? Certamente será um trabalho que ajudará muito.

Enfim, faça a sua parte!


Como podemos ver, existem muitas formas de ajudar; Meu Pet Protegido oferece informações sobre eventos de animais, como feiras de adoção, por exemplo. Não é difícil e é muito gratificante poder ajudar estas vidas frágeis que vivem nas ruas e sofrem muito. Ajudar quem precisa faz bem ao coração!

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